A violência causada por criminosos fortemente armados durante o mega-assalto a agências bancárias, ocorrido na madrugada do dia 30 de agosto, em Araçatuba, assustou e modificou hábitos da população do município. Além disso, 78% dos moradores têm receio de que isso possa acontecer novamente. Isso é o que mostra a pesquisa realizada pela ABR Inteligência, divulgada nesta quarta-feira (08/09).
Entre os entrevistados, 35% ficaram muito apreensivos e 24% tiveram muito medo a ponto de entrar em desespero enquanto acompanhavam os atos de violência no momento em que eles ocorriam. Apenas 8% não se preocuparam com a ocorrência e 33% não acompanharam os atos naquela hora.
Em relação à sensação de segurança, 45% dos moradores de Araçatuba têm receio de que isso possa acontecer novamente e 33% sentem-se inseguros e temem que outra ação nessas proporções possa ocorrer de novo a qualquer momento, ou seja, 78% acreditam que um novo mega-assalto possa ocorrer. Somente 18% deles responderam estarem muito seguros de que foram atos isolados e não há razão para se preocupar e 4% não souberam ou não opinaram.
Moradores pretendem modificar hábitos após mega-assalto
Ainda segundo a pesquisa, que foi feita nos dias 3 e 4 de setembro e ouviu 459 moradores de Araçatuba, 20% dos entrevistados pretendem rever o hábito de frequentar bares e restaurantes durante a noite; outros 6% disseram que não deverão ir a estes locais no período noturno. Em relação a festas à noite, 21% costumavam frequentar estes eventos, mas deverão rever isso a partir do mega-assalto. Outros 7% não pretende mais ir a festas noturnas.
Para o diretor da ABR Inteligência, Peter Abreu, a pesquisa demonstra o medo e os traumas causados pela maior ação criminosa da história de Araçatuba e região. “Claro que isso demonstra a situação do momento e deve ser amenizado com o passar do tempo”, ponderou.
Armas e explosivos foram o que mais impressionou
Perguntados sobre o que mais impressionou neste episódio, 47% dos cidadãos citaram a estrutura dos criminosos quanto à quantidade de pessoas envolvidas, além dos carros e das armas disponíveis; 29% indicaram o número de bombas espalhadas pela cidade e 19% o drama dos reféns envolvidos. Não souberam ou não opinaram somaram 5%.
Uma das questões mais debatidas pela opinião pública é quanto à responsabilidade pelo ocorrido. De acordo com a pesquisa, 33% dos entrevistados acreditam que falta investimento do governo em equipamentos e capacitação da polícia no combate a esse tipo de crime, 22% apostam na falta de investimento em segurança pelos bancos, 20% citaram a tranquilidade dos bandidos, por saberem que a população está desarmada e 17% indicaram a sensação de impunidade por parte dos bandidos como principal responsável pelo assalto.
Trabalho dos policiais
A maioria dos entrevistados avaliou de forma positiva a atuação dos policiais na busca pelos criminosos. Dos ouvidos, 39% classificaram como ótimo e 37% como bom. Sobre a varredura para encontrar os explosivos espalhados pela cidade, 56% disseram que foi
ótima e 34%, que foi boa; enquanto 61% e 30% consideraram como ótimo e bom, respectivamente, o trabalho do GATE – Grupo de Ações Táticas Especiais no desarmamento e na retirada dos explosivos de Araçatuba.
Avaliação das autoridades
Questionados sobre o trabalho da administração municipal referente ao trânsito, escolas, comércio e orientação da população, 54% dos entrevistados acharam bom, 18% ótimo, 12% regular, 2% ruim e 3% péssimo. O levantamento mostra também que 39% avaliam
o apoio do governo estadual à polícia como bom; 25%, como regular e 9% como ótimo. Ruim e péssimo foram opções de 7% cada. Não sabem ou não opinaram somaram 13%.
Acesso a armas de fogo
A pesquisa da ABR Inteligência ainda abordou questões sobre o acesso da população às armas de fogo. Para 48% das pessoas ouvidas, os atos de violência envolvendo mortos e feridos tenderiam a aumentar com a maior circulação de armas, enquanto 30% acreditam que a situação continuaria como está porque armar a população não resolve e apenas 17% apostam que a tendência seria diminuir, pois o cidadão estaria mais preparado para se defender dos crimes.
Entrevistas
A ABR Inteligência realizou 459 entrevistas com homens e mulheres distribuídas proporcionalmente conforme o sexo e a idade: até 30 anos, de 31 a 50 anos e acima de 50 anos. A margem de erro máxima estimada é de 5 pontos percentuais sobre os resultados encontrados no total da amostra.
Segundo o diretor da ABR Inteligência, Peter Abreu, a ação partiu da própria empresa, com o objetivo de colaborar com as autoridades, a imprensa e a população, disponibilizando informações relativas ao impacto da violência, ocorrida no último dia 30, na população de Araçatuba.