O Governador João Doria fez nesta quarta-feira (4) uma cobrança pública ao Ministério da Saúde sobre o corte intempestivo de 50% do último lote proporcional à população de vacinas da Pfizer a que São Paulo tem direito. O Estado encaminhou ofício a Brasília pedindo que mais 228 mil doses do imunizante sejam entregues em prazo de até 24 horas.
“O Governo de São Paulo recebeu ontem 228 mil doses a menos do previsto da vacina da Pfizer. Aquilo que deveria ter sido entregue ao estado não foi”, declarou o Governador. “A última remessa de vacinas da Pfizer foi reduzida à metade sem nenhuma justificativa. A decisão que, como Governador, qualifico como arbitrária, representa a quebra do pacto federativo. O Governo Federal decidiu punir quem fez o certo e foi eficiente na vacinação”, reforçou Doria.
Com população aproximada de 46,3 milhões de pessoas segundo estimativa de 2020 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), São Paulo tem direito a 22% das vacinas distribuídas pelo Ministério da Saúde pelo PNI (Plano Nacional de Imunizações).
Pelas normas do SUS (Sistema Único de Saúde), cada estado tem direito a lotes proporcionais à população local, independentemente de público-alvo da vacinação ou tipo de imunizante disponível.
O atraso no envio das doses pode atrasar a vacinação no Estado, que planeja imunizar toda a população adulta acima de 18 anos até o próximo dia 16 de agosto. O planejamento inclui, ainda, eliminar as restrições de horário de funcionamento e capacidade dos estabelecimentos a partir de 17 de agosto.
Ofício
O ofício do Governo de São Paulo foi remetido diretamente ao Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. No documento, o Estado informa que a pauta do Governo Federal reservou apenas 10% do total da nova entrega nacional de imunizantes da Pfizer para São Paulo.
“O PNI é seguido de uma forma ética e planejada pelo Governo de São Paulo. Com essa organização, o Estado de São Paulo não poderia ter sido surpreendido por uma medida tão descabida”, disse o Secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn.
“É muito preocupante o que ocorreu. O planejamento da imunização depende da manutenção dos critérios que estão sendo utilizados e precisamos que o recebimento de vacinas seja mantido”, acrescentou João Gabbardo, Coordenador-Executivo do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo.
A decisão do Ministério da Saúde não foi informada com antecedência ao Governo de São Paulo e coloca em risco a proteção de 228 mil pessoas que deveriam ter acesso a vacinas da Pfizer nos municípios paulistas. Por isso, a Secretaria da Saúde reforçou ao Ministério da Saúde a urgência na entrega completa de vacinas na proporção exata à população paulista.
Vacinação
São Paulo já vacinou mais de 80,6% de sua população adulta com pelo menos uma dose de vacina contra Covid-19. O Vacinômetro já superou um total de 38,1 milhões de doses aplicadas desde o início da campanha, somando 27,3 milhões de primeira dose, 9,7 milhões de segunda e 1 milhão de dose única. Mais de 23,3% da população geral de São Paulo já completou seu esquema vacinal, garantindo proteção completa contra a COVID-19.
A evolução da vacinação em São Paulo pode ser acompanhada no painel completo do Vacinômetro, no site https://vacinaja.sp.gov.br/vacinometro/, onde qualquer pessoa tem acesso a dados detalhados sobre doses aplicadas por município, distribuição de doses, ranking de vacinação, ranking de aplicação das doses distribuídas, evolução da aplicação de doses e estatísticas gerais do PEI.
O ofício do Governo de São Paulo enviado a Brasília nesta quarta está disponível no link https://issuu.com/governosp/docs/ofi_cio_gs_n_2242-2021.