A polícia prendeu na manhã desta terça-feira (31), em Campinas, um suspeito de pertencer a quadrilha que invadiu Araçatuba. O homem, cuja identidade não foi divulgada, seria integrante do setor de “inteligência” da quadrilha e não teria ido a campo participar do assalto.
De acordo com a Polícia Federal, ele foi detido por policiais da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) e encaminhado a sede da Polícia Federal em Araçatuba. A PF assumiu a investigação do crime por envolver bancos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) ligados ao governo federal.
O homem é a terceira pessoa detida durante a investigação. Um suspeito detido, também na segunda-feira, foi ouvido e liberado. Um casal segue preso por suspeita de envolvimento no crime.
O criminoso que morreu em confronto com a polícia era Jorge Carlos de Mello, de 38 anos, integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O bandido tinha uma extensa ficha criminal e sete passagens pelo sistema carcerário.
Durante a manhã, a cidade ficou com o comércio fechado para o trabalho de rescaldo da polícia. No início da tarde de trânsito na região central e o comércio foram liberados.
Agentes do GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais) fizeram a recolha de artefatos na agência da Caixa no centro da cidade e a destruíção de parte dos explosivos no aterro sanitário da cidade.
Os policiais do Gate localizaram 93 explosivos deixados pela quadrilha que atacou bancos em Araçatuba.
Os artefatos foram encontrados nas ruas, nos bancos, nos carros abandonados entre Gabriel Monteiro e Bilac e também em um caminhão deixado pelo grupo perto das agências bancárias
Só nas ruas centrais de Araçatuba foram localizados 32 explosivos. No caminhão abandonado pelos criminosos havia 29 artefatos e 70 cartuchos de emulsão, conforme o G1. Por causa do uso de grande quantidade de explosivos, a Polícia Federal pode investigar o caso como crime de terrorismo.
Quadrilha que invadiu Araçatuba
Araçatuba foi alvo de um pesado ataque na madrugada desta segunda-feira (30), em uma ação característica do chamado “novo cangaço”.
No início da madrugada de segunda-feira, dezenas de criminosos ocuparam regiões do município com explosivos e armas de grosso calibre, como fuzis e metralhadoras. Nas horas seguintes, explodiram e atiraram contra três agências bancárias.
Segundo testemunhas, eram pelo menos 30 criminosos. Durante mais de duas horas houve troca de tiros com os policiais. Dois batalhões da PM também foram atacados.
Ao longo da madrugada, para evitar disparos policias, a quadrilha que invadiu Araçatuba chegou a usar reféns como escudos humanos. Alguns deles foram colocados sobre os carros usados nos crimes.
A investigação aponta que dez carros e um drone foram usados pela quadrilha na ação. O grupo conseguiu fugir com uma quantia ainda não revelada em dinheiro.
Na fuga, carros e caminhões em chamas foram espalhados por entradas da cidade, de forma a atrapalhar o acesso da polícia.
O ataque aos bancos, o mais violento do tipo nos últimos dois anos segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, terminou com outros dois mortos – os moradores de Araçatuba Renato Bortolucci e Márcio Victor Possa da Silva – a mais quatro feridos. As vítimas fatais estão sendo veladas e serão sepultadas nesta terça-feira (31).