Três pessoas foram presas em flagrante, no final da madrugada de ontem (19), em Penápolis, acusadas de furtarem 25 cabeças de gado nelore de um sítio em Cafelândia (a 70 km). Do total levado, dois animais acabaram morrendo por pisoteamento e três precisaram ser sacrificados pela forma como foram colocados na carroceria de um caminhão.
Por volta das 2h, uma equipe da Polícia Militar patrulhava pela cidade quando, no cruzamento da rua Francisco Colnaghi com a Estrada Irmãos Buranello, viu um Mercedes Benz com os animais, o que gerou suspeitas pelo horário que circulava. Os PMs abordaram o veículo próximo de uma propriedade onde os animais foram pegos.
O caminhão era conduzido por um rapaz de 27 anos, que tinha como passageiro um homem, de 50. Nada de ilícito foi encontrado em poder de ambos, porém, ao vistoriarem a carroceria, notaram as cabeças de gado, sendo que duas estavam mortas. Ainda na abordagem, o jovem apresentou uma nota fiscal, válida até o dia 13 deste mês e uma GTA (Guia de Transporte Animal), datada até o dia 11, autorizando a locomoção apenas de 13 unidades.
Ele contou para a equipe que pegou o gado no sítio na quarta-feira (18) e que os levaria até um frigorífico em Ouroeste (SP), entretanto, o caminhão apresentou problemas e, por isso, estava retornando à propriedade. Já o passageiro alegou que foi pego pelo condutor em um posto de combustíveis desativado às margens da rodovia Marechal Rondon (SP-300) e que, após o descarregamento, o deixaria no mesmo local.
Como houve a constatação de maus-tratos, 20 cabeças de gado foram deixadas no sítio e as outras cinco na carroceria do veículo. A dona da propriedade, de 58 anos, foi localizada pelos policiais e, inicialmente, disse que não conhecia a dupla, porém, acabou admitindo, na sequência, que o rapaz prestava serviços a ela e que o comparsa já tinha ido algumas vezes até lá transportar gado.
Diante das divergências nas declarações dos envolvidos, eles foram levados ao plantão policial para prestar esclarecimentos. Na unidade, a mulher confessou que os animais eram furtados e que, na última segunda-feira (16), tinha recebido outras unidades. Dois celulares que estavam em poder dos acusados foram apreendidos para averiguação.
A vítima, de 52 anos, dono de uma propriedade em Cafelândia, ao receber algumas imagens por um aplicativo de mensagens, foi até o plantão, reconhecendo os animais. Ele disse que o crime teria ocorrido no intervalo entre os dias 18 e 19 e que cada cabeça custa, em média, R$ 3,5 mil.
O médico veterinário da Prefeitura foi acionado e compareceu à unidade, onde fez um laudo, constatando a morte de duas cabeças de gado por pisoteamento e que as outras três precisariam ser sacrificadas, em decorrência de displasia coxofemoral, doença de origem genética e que causa alteração anatômica nas articulações coxofemorais.
Doação para entidades
O proprietário, em um gesto solidário, doou os animais para que fossem abatidos e a carne doada para entidades assistenciais da cidade. Eles foram levados ao Matadouro Municipal e, após avaliação da Vigilância Sanitária, os gados que já estavam mortos não puderam ser aproveitados.
Já os que foram sacrificados, as carnes foram enviadas, por meio da secretaria de Assistência Social, para o Moveca (Movimento Vestindo a Camisa), Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), Lar Vicentino, Casa Abrigo e Santa Casa. Após a conclusão do BO, os homens foram conduzidos para a cadeia local e a mulher para uma unidade prisional feminina da região, estando à disposição da Justiça. (Por: Ivan Ambrósio)