O delegado responsável por investigar a morte da costureira Marli Donegá Tizura, de 53 anos, atacada por seis cães da raça pitbull em uma chácara de Birigui (SP), solicitou laudos veterinários para saber se os animais possuem histórico de agressividade.
“Identificamos os veterinários que cuidam dos animais. Requisitei um laudo técnico para cada um dos cães, especificando o estado de saúde e o comportamento. Também quero saber os animais estão vacinados e se possuem histórico de agressividade ou anormalidade. Os resultados ainda não saíram”, explicou ao G1 o delegado Nilton Marinho.
Marli Donegá Tizura namorava o caseiro responsável cuidar da chácara, onde o caso foi registrado na noite do dia 21 de julho. Não existem câmeras de segurança na propriedade para ajudar a Polícia Civil nas investigações.
No dia do incidente, a vítima, o namorado e um colega saíram da chácara para irem até uma pizzaria. Os cachorros foram soltos antes dos três deixarem o local. Ao deixarem a pizzaria o casal voltou para a propriedade. Ao descer do carro Marli foi atacada por três pitbulls adultos e três filhotes.
“O colega do casal resolveu voltar a pé. Ele disse que a Marli estava levando para a casa uma caixa com pizza. Então, o que pode ter acontecido é que na hora que a ela desceu do carro com a caixa de pizza, os cães avançaram com o objetivo de comer essa pizza, talvez pelo cheiro. É uma hipótese, porque ele falou que encontrou essa caixa toda rasgada lá no chão”, disse o delegado.
Ainda segundo Nilton Marinho, o namorado da costureira tentou afastar os cães, mas também acabou sendo atacado. Mesmo ferido, ele conseguiu fugir para dentro do imóvel e pedir ajuda antes de ficar desacordado.
“Os cães costumavam ficar soltos. Só quando chegava alguém que não era do local que eles eram presos. A Marli já tinha um certo contato. Então, os cães já estavam, de certa forma, familiarizados”, disse.
Depois do ataque acontecer, o caseiro ligou para o dono da chácara. O homem foi à propriedade, sem saber o que tinha acontecido, e encontrou Marli morta e o funcionário ferido.
O namorado de Marli foi socorrido e encaminhado para a Santa Casa, onde segue internado. Ele aguarda para ser submetido a uma cirurgia.
“O funcionário levou várias mordidas e teve uma fratura. Não foi possível ouvi-lo. Ele está hospitalizado. Não é recomendado que entremos em um hospital para ouvi-lo. Também pedi uma perícia complementar no carro em que a Marli e o namorado usaram para irem à pizzaria. Nenhum laudo saiu ainda”, explicou delegado Nilton Marinho.
O corpo de Marli foi velado com caixão fechado e enterrado no dia 21 de julho, em um cemitério de Birigui. Parentes e amigos da mulher acompanharam a cerimônia, que foi rápida por conta da pandemia.
“Foi massacrada. Não merecia. Foi uma tragédia horrível. Vai fazer muita falta. A Marli era gente para ninguém botar defeito. Ela cuidava de toda a molecada das igrejas. Não tinha tempo ruim”, afirmou o tio da costureira, Alcides Paschoal.