O Tribunal do Júri de Araçatuba condenou a 30 anos de reclusão, sem direito a recorrer em liberdade, o presidiário Daniel Gaspar Barbosa, que em 2019 matou a facadas a adolescente Júlia Maria de Lima Barbassa Mendes, de 14 anos. O julgamento ocorreu nesta quarta-feira (21), no Fórum da Justiça Estadual.
Os jurados, por maioria, reconheceram que o acusado foi o autor das agressões e golpes de faca que provocaram a morte da vítima. Também reconheceram que o réu praticou o crime por motivou torpe, consistente em vingança, uma vez que acreditava que a vítima e sua família eram “caguetas”, ou seja, estariam informando às autoridades que o acusado era foragido da Justiça.
Os jurados também reconheceram que o crime foi praticado por meio cruel, uma vez que o réu, de porte bem mais avantajado que a vítima, adolescente, causou nela intenso e desnecessário sofrimento ao agredi-la várias vezes, além de desferir quatro golpes de facas, revelando malvadez e brutalidade fora do comum.
Por maioria, os jurados reconheceram, ainda, que o réu agiu mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, uma vez que a surpreendeu no momento em que estava dormindo, isto é, despreparada, desarmada e sem possibilidade de qualquer reação ou forma de se defender.
O juiz presidente do Tribunal do Júri, Danilo Brait, chegou a estabelecer a pena de 36 anos de reclusão, mas aplicou a pena máxima prevista em lei, que é de 30 anos.
O promotor de Justiça Adelmo Pinho, responsável pela acusação, disse que não irá recorrer da decisão, já que foi aplicada a pena máxima prevista em lei.
O Crime
O crime chocou a cidade e teve ampla repercussão na imprensa. A garota foi assassinada dentro de casa, na Rua Cláudio Dionísio Sanches de Souza, bairro Água Branca, na manhã de um sábado, 19 de janeiro de 2019. O assassino, que era vizinho da casa, pulou o muro e agrediu a garota com socos e facadas após tentar estuprá-la.
A adolescente levou ao menos cinco facadas nas regiões da cabeça, pescoço, axila e uma que atingiu o coração. Nos exames feitos no IML (Instituto Médico Legal), também foram encontrados sinais de estrangulamento. O homem foi preso um dia depois do crime pela Polícia Militar no bairro Ivo Tozzi.
Em depoimento à polícia, Daniel confessou o crime e disse que matou a garota por ela ter fama de “cagueta”. Na época, ele era foragido da penitenciária de Bauru e estava escondido na casa de parentes no bairro Água Branca.
Quando foi preso pela morte da menina, Daniel já tinha antecedente criminal por tráfico e outro homicídio. Atualmente, ele está preso em uma penitenciária de segurança máxima.