O médico e ex-vereador de Divinópolis (MG) Delano Santiago, conhecido como Dr. Delano causou desinformação pelas redes sociais após publicar um vídeo no qual exige revacinação e exibe um exame para justificar a teoria de que não adquiriu anticorpos após tomar duas doses da vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac.
Sua teoria é desmentida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e pelo próprio Instituto Butantan, que classificou as acusações do médico como fake news.
No vídeo, publicado na noite de segunda-feira (12) e disseminado pelo whatsapp, o médico, que tem quase um milhão de seguidores no Instagram, mostra um exame e alega que a vacina contra a Covid-19 foi ineficaz.
“Não adquiri anticorpos. 10% de resultado, quando deveria ter dado acima de 20 ou 50%”, afirma. “Estou exigindo uma nova vacinação por direito, estou no grupo de frente atendendo coronavírus”, finaliza. Conforme ele, que é demartologista e atende em um postinho de Divinópolis, por não ter um índice elevado de anticorpos, precisa ser imunizado novamente, o que é desmentido pela Ciência.
Conforme o Instituto Butantan, testes sorológicos não servem para avaliar se alguém está protegido ou não contra a Covid-19. Os testes de anticorpos detectam a presença de anticorpos em determinado momento, sendo úteis apenas para identificar pessoas que foram expostas ao vírus, não para garantir se alguém está protegido ou não contra a doença.
Anvisa não recomenda testes para avaliar proteção da vacina
Ainda segundo o Butantan, mesmo a Anvisa recomenda não utilizar estes testes para avaliar a proteção. “A eficácia da Coronavac é reconhecida pela Anvisa e pela OMS. Ela ajuda a salvar vidas. Fuja das fake news e só compartilhe informação confiável”, publicou o Instituto, em seu Instagram.
O presidente do Butantan, Dimas Covas, já havia criticado os ataques recentes à CoronaVac, que tentam pôr em dúvida a eficiência da vacina. Para ele, as provocações fazem parte de uma tentativa de politizar a vacinação.
“Inúmeros estudos, dentro e fora do Brasil, apontam a efitividade da Coronavac em prevenir casos graves e mortes por Covid-19”, disse. “Neste momento calamitoso de crise sanitária alimentada pela incompetência de algumas autoridades públicas que privilegiaram a ideologização da pandemia, tem tido destaque o ataque ignorante, irresponsável e inconsequente à CoronaVac”, completou Dimas Covas