“A única certeza da vida é a morte” ou “tudo que é vivo morre” são frases conhecidas no nosso cotidiano. Será que no futuro o avanço da ciência poderá evitar a morte? Existem os imortais das Academias de Letras, da música, do esporte ou da ciência, mas não se cuida neste texto desse tipo de imortalidade.
Tratamos aqui da possibilidade ou não de a ciência impedir a morte física ou biológica do ser humano. Nesse momento de pandemia, nunca a morte esteve tão presente e intensa. O título de pessoa mais velha da história foi atribuído à francesa Jeanne Louise Calment, que morreu em 4 de agosto de 1997, aos 122 anos e 164 dias.
Atualmente a pessoa mais velha do mundo é a japonesa Kane Tanaka, com cerca de 118 anos (fonte – Wikipedia.org). A pessoa mais velha do Brasil é a cearense Francisca Celsa dos Santos, de 115 anos (fonte – Gerontology Research Group).
Matusalém, personagem bíblico do antigo testamento teria vivido 969 anos (Gênesis 5:27). O país com o maior número de centenários é o Japão (fonte – Idealista/News). Viver bem e muito é o que todos querem. Yuval Noah Harari, historiador e autor do livro “Homo Deus” aborda esse tema e coloca como a principal empreitada da ciência derrotar a morte.
Ele cita o notável gerontologista Aubrey de Grey e o inventor Ray Kurzweil (ganhador da Medalha Nacional dos Estados Unidos para Tecnologia e Inovação em 1999). A missão desses profissionais é tentar vencer ou “resolver a morte”.
Aubrey de Grey, que também é titular da Universidade de Cambridge, Inglaterra, defende que a expectativa de vida pode ser estendida para 1000 anos nas próximas décadas e a imortalidade será mais uma escolha ética do que viabilidade técnica.
Em um artigo na revista “Superinteressante” ele fundamenta que, “se o envelhecimento é um fenômeno físico em nossos corpos, o avanço da medicina poderá atacar a velhice da mesma forma que ataca as doenças, através do combate à degeneração celular, de eliminação de células não desejáveis e de mutação nos cromossomos e nas mitocôndrias”.
Recentemente o Google nomeou Bill Maris, outro crente na imortalidade, para presidir os fundos de investimentos Google Ventures de cerca de 2 bilhões de dólares na área da biociência com projetos para a prorrogação da vida. O homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, CEO da gigante americana Amazon, injetou dinheiro numa empresa da Califórnia para tentar deter o processo de envelhecimento.
O fundador da Paypal, Peter Thiel, também investiu dinheiro na mesma empresa com essa finalidade e já fala em “cura” para o envelhecimento. A engenharia genética, a medicina regenerativa e a nanotecnologia (estudo da matéria numa escala atômica ou molecular) fazem com que especialistas acreditem que poderão vencer a morte por volta de 2200.
O ser humano, assim, deixaria de ser mortal, passaria a ser amortal, mas não imortal. A vida não teria “data de vencimento”, segundo Hahari. O ser humano do futuro, exemplifica, poderia morrer sim numa guerra, num acidente de trânsito ou na queda de um avião, mas não de forma natural ou por causa de uma doença.
Enfim, isso é fantasia ou realidade? Em 1900 a expectativa de vida global era de 40 anos. O avanço da ciência praticamente dobrou esse patamar.
O ser humano poderá realmente se tornar amortal, como um super-homem ou uma super-mulher, ou isso é fruto do otimismo exagerado ou do desespero de bilionários e de cientistas, que não aceitam a morte ou não possuem fé? Só o futuro responderá.