Há pouco mais de duas décadas, como Juiz de Direito de Araçatuba, conheci o jornalista Sérgio Ricardo Guzzi. Jovem profissional, ele me fez algumas entrevistas relacionadas, em grande parte, aos pleitos eleitorais de nossa cidade e também do País.
Meu Papai, falecido em 5 de junho de 2009, era jornalista e radialista, além de advogado. Fundou rádio na região de Fernandópolis na década de 60 (Rádio Educadora Rural) e jornais na região de São José do Rio Preto na década de 80 (Jornal Correio da Araraquarense e Jornal da Cidade, onde trabalhou até desencarnar), além de ter trabalhado para vários jornais e rádios.
Também trabalhou na antiga TV Rio Preto Canal 8, atualmente Rede Record, onde fazia os programas de esporte e também de política. Assim, desde minha adolescência ajudava meu Pai nos trabalhos jornalísticos, com programas, matérias e artigos.
Meu Pai me ensinou o jornalismo sério, profissional, comprometido com a notícia e a informação para a população, sem ideologia política ou partidária. A informação era passada e o jornalista, no momento próprio, fazia o seu comentário, caso achasse pertinente; meu amor pela área jurídica começou ali, além dos estudos relacionados aos ensinos religiosos que tive.
Hoje, infelizmente, até o jornalismo foi avacalhado no Brasil, perdendo boa parte de sua credibilidade. Poucos são os profissionais que se salvam. Momento muito delicado.
Guzzi, como era conhecido no meio jornalístico, sempre foi um profissional polêmico. Com uma escrita afiada, não poupava críticas. De coração dócil, sempre conversávamos a respeito de jornalismo e política. Quando dava tempo, também falávamos da área jurídica, também destruída no Brasil.
No desenvolvimento dos assuntos, a parte espiritual entrava sempre em debate, momento em que notei o seu lado humano, buscando fazer a reforma íntima e melhorar a cada dia. Contou-me das “malvadezas” que fez algumas vezes em reportagens, tendo a humildade de reconhecer os erros e buscar sempre a reparação. Tinha Fé em Deus e sempre acreditou nos seus desígnios. Sabia da responsabilidade profissional que tinha e se esforçava para fazer o melhor. E fazia.
Sempre avaliei Sérgio Guzzi como um dos melhores jornalistas que já conheci. Que facilidade tinha para escrever, como sabia desenvolver um texto em poucos minutos, com uma clareza exemplar. Por várias vezes disse isso a ele, mas agora chegou o momento de escrever e deixar registrado na história.
Ao receber a notícia de seu desencarne pelo radialista Marco Serelepe, no sábado pela manhã (dia 19 de junho de 2021), senti uma enorme tristeza, colocando-me em oração. Ele foi preparado e acolhido pelos guias espirituais, assim como conversei com ele algumas vezes, sem imaginar que isso pudesse acontecer tão cedo.
A vida segue, o Planeta passa por transformações sérias – o Covid19 é apenas o começo – devemos continuar a fazer nossa parte, desenvolvendo a Fé, acreditando em Deus.
No último artigo que escrevi para o Sérgio, publicado em seu site jornalístico no mês de abril de 2021, destaquei na parte final: “Uma frase de Francisco Cândido Xavier me marcou em determinada época de desespero e dor que passei (já passei por várias e sei que ainda vou passar por muitas, pois assim é o sistema evolutivo), devendo ser meditada e aplicada em nossas vidas: “Deus, se um dia eu perder as esperanças, ajuda-me a lembrar que os Teus planos são melhores que o meu”. Tal frase nunca foi tão atual, e sempre será.
Amigo Sérgio, agora você poderá escrever no plano espiritual, amparado por meu Pai Emerson Sumariva e por outros jornalistas e radialistas raiz, sempre com a permissão Divina, do meigo Rabi da Galiléia – nosso sempre Mestre e Guia Jesus Cristo – provando que a passem pela vida na Terra tem um significado evolutivo muito forte e presente. Fique em paz Sérgio, sempre.
*Emerson Sumariva Júnior, Juiz de Direito Titular da 3ª. Vara Criminal e Corregedoria da Polícia de Araçatuba