Procurado pelas forças de segurança desde a chacina no Incra 9, em Ceilândia, na madrugada de 9 de junho, Lázaro Barbosa, 32 anos, chegou a obrigar um refém a fazer uma declaração de amor para a mulher. Na ocasião, Lázaro invadiu a casa, rendeu a família, amarrou os moradores e roubou pertences da casa.
Segundo o caseiro da chácara, Joberson Sousa de Jesus, 29 anos, o suspeito perguntou há quanto tempo ele e a mulher, Simone Silvo e Silva, 29 anos, estavam juntos. Em seguida pediu para que o marido se declarasse para a mulher, enquanto os dois eram amarrados juntos.
“Quando a gente falou que era casado há 10 anos, ele disse ‘faz uma declaração para sua mulher’, eu disse que não era bom com as palavras, mas ele mandou eu começar a declaração com ‘eu te amo’”, contou o caseiro ao Metrópoles.
O casal e seus três filhos, de 3, 6 e 10 anos, foram mantidos reféns por cerca de três horas na noite seguinte à chacina na Fazenda Vidal. Joberson contou que a família fechou a casa para dormir, mas a luz acabou às 20h30. “Nós achamos estranho, a luz acabou só aqui. Quando a luz voltou nós ficamos mais tranquilos”.
O caseiro relatou que o homem chutou a porta e entrou na casa para roubar a família. “Procurou dinheiro, arma, e queria que eu fizesse comida pra ele, fez a gente beber cerveja com ele também”.
Simone conta que o homem chegou bem nervoso, mas quando viu que a família estava assustada e que iria colaborar, se acalmou. “É pesado demais passar por isso. Muito angustiante. Todo momento nós achávamos que seria nosso último suspiro”, conta.
Joberson contou, emocionado, que a família fez o possível para que saíssem vivos do lugar, mas que nunca irão esquecer o ocorrido. “Se a gente é adulto e esse episódio não sai da nossa cabeça, imagina como isso tá na cabeça das crianças. Eles nem querem ficar aqui em casa mais”, contou o pai.
Pedido de perdão
Segundo Simone, ao sair da chácara cerca de 0h, Lázaro pediu desculpa para a família. “Ele disse ‘vocês me perdoam gente’”. A mulher afirma que Lázaro estava sóbrio e ciente de tudo que fazia.
Durante o assalto, Lázaro contou para a família que a Polícia estava perdendo tempo o procurando, que ele não estava com Cleonice Marques. “Ele disse que não assaltou a casa sozinho. Só matou o pessoal porque eles reagiram, mas não estava com a Cleonice”, afirmou Simone.