A Comissão Processante que investiga a condução do prefeito de Birigui, Leandro Maffeis (PSL), no gerenciamento do Pronto-Socorro Municipal Alceu Lott, inicia a oitiva das testemunhas do caso nesta segunda-feira (7), a partir das 9h, no plenário da Câmara Municipal.
Dentre os que serão ouvidos está o médico Thiago de Camilo Figueiredo Mattos, que atuava no PS e denunciou a morte de pacientes por falta de medicamentos e de capacidade técnica de profissionais, além da precariedade das condições e sobrecarga de trabalho.
Mattos já foi ouvido pela Comissão de Saúde e Saneamento da Câmara de Birigui, em abril, e confirmou as denúncias feitas em um áudio gravado por ele que circulou nas redes sociais.
Na ocasião, o médico relatou que a escola no PS nunca está completa e que, por isso, chegou a ficar três dias sozinho para atender os pacientes. Ele também denunciou que há médicos trabalhando no pronto-socorro com, no máximo, 30 dias de formado, o que tem prejudicado o atendimento pela falta de experiência.
A Prefeitura de Birigui reassumiu a gestão do pronto-socorro municipal em janeiro deste ano. Até então, o serviço era gerenciado pela OSS (Organização Social de Saúde) Irmandade Santa Casa de Birigui.
Em fevereiro, o prefeito autorizou a contratação, sem licitação, da empresa Instituto São Miguel Arcanjo (Isma), de Araraquara, pelo valor de R$ 3.735.000,00 para a prestação de serviços médicos para atendimento no PS, por um prazo de 180 dias, ou até a realização de um processo licitatório para a contratação de outra empresa.
CP
Formada pelos parlamentares Andre Luis Moimas Grosso (Andre Fermino – PSDB), Paulo Sergio de Oliveira (Paulinho do Posto – Avante), e Marcos Antonio Santos (Marcos da Ripada – PSL), o grupo deve apurar se foram cometidos crime de responsabilidade e infração político-administrativa, por parte do prefeito, na condução dos atendimentos a pacientes com Covid-19.
A comissão foi formada após ser aceita em plenário uma denúncia de munícipes que questionam a qualidade do serviço prestado pelas equipes profissionais do Pronto-Socorro e a contratação do Instituto São Miguel Arcanjo para gerenciar a unidade.
A apuração deve ser realizada no prazo de 90 dias, contados a partir de 16 de abril, data em que o acusado foi notificado sobre a investigação.
Ao vivo
Por tratar-se de reunião pública, a condução dos trabalhos pode ser acompanhada pela população no plenário. Haverá também transmissão ao vivo pela televisão, no canal 18.3, e pela internet – pelas redes sociais da Câmara no Youtube e Facebook (com acesso direto na página inicial deste site).