A Organização Social de Saúde AHBB (Associação Hospitalar Beneficente do Brasil) é alvo de um inquérito policial na Delegacia Seccional de Araçatuba, que apura possível desvio de recursos públicos nos contratos mantidos pela OSS com os municípios de Penápolis, Bilac e Mirandópolis.
O inquérito foi instaurado em abril e está sob sigilo. A reportagem apurou que testemunhas já começaram a ser ouvidas pela polícia. Em Penápolis, a OSS era responsável pela gestão dos leitos Covid do Hospital de Campanha, além de gerenciar a Santa Casa local e o pronto-socorro municipal.
O prefeito Caíque Rossi (PSD) decretou intervenção na Santa Casa por um prazo de 180 dias e a OSS deixou de gerenciar o hospital. Já o Hospital de Campanha foi fechado em janeiro deste ano.
Em decreto, o prefeito justificou a intervenção em virtude de irregularidades nas prestações de contas nos recursos repassados para a manutenção do pronto-socorro e do hospital.
Rossi também citou um ofício do setor especializado de combate aos crimes de corrupção, crime organizado e lavagem de dinheiro do Deinter-10 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), direcionado a ele, dando ciência de fatos e requisitando documentos à AHBB, bem como de seus diretores.
Em Bilac, a OSS administra o Hospital Padre Bernardo, que presta assistência médico hospitalar ao município e à microrregião composta por Piacatu, Gabriel Monteiro e Santópolis do Aguapeí, com 36 leitos, sendo 16 de clínica médica, 10 de clínica cirúrgica, 4 de pediatria, 3 de maternidade e obstetrícia clínica, 3 bercários, além de um leito de convênio/particular.
Notícia-Crime
Já em Mirandópolis, a AHBB é responsável pela gestão dos leitos de UTI Adulto e UTI Covid do Hospital Estadual “Dr. Osvaldo Brandi Faria”, que é alvo, também, de uma notícia-crime protocolada no Ministério Público pelos vereadores Emerson Carvalho de Souza e Magali Maziero Rodrigues, ambos do PSL, e pelo advogado Riberto Veronez, com a denúncia de supostos crimes, como homicídio, lesão corporal grave, negligência e falsidade ideológica, que teriam sido cometidos no interior da unidade de saúde.
Na semana passada, o 1º promotor de Justiça de Mirandópolis, Willian Ortis Guimarães, encaminhou o caso à polícia civil do município, para colher informações quanto à autoria e materialidade das infrações penais, e analisar a possibilidade de um inquérito policial para apuração dos fatos.
A Secretaria de Estado da Saúde determinou abertura de apuração preliminar com relação à denúncia citada pela reportagem e tomará as medidas cabíveis se constatadas irregularidades.
Já a AHBB afirma desconhecer e repudiar “quaisquer fatores que correspondam à prática de crime ou a fatos desabonadores de gestão e atuação”.