Oito pessoas envolvidas no assalto da empresa de segurança Protege foram condenadas pela Justiça de Araçatuba. Somadas, as penas passam de 500 anos de prisão.
O assalto ocorreu em dezembro de 2017 no bairro Santana. Na ocasião, um grupo formado por cerca de 20 a 30 criminosos incendiou veículos, fechou o batalhão da Polícia Militar e explodiu a sede da empresa.
Durante a execução do crime, o policial civil André Luís Ferro da Silva foi morto pelos assaltantes, que portavam armas longas e potentes. A quadrilha teria levado algo em torno de R$ 10 milhões.
Conforme a sentença da Justiça, os réus foram condenados por latrocínio (roubo seguido de morte), dano ao patrimônio Público, explosão e incêndio. Edimar Murilo da Silva Maximiano, André Luiz Pereira da França, Marco Antônio Rodrigues Antonieto foram condenados a 82 anos, 10 meses e 21 dias de prisão em regime inicial fechado.
Já os réus Ramon Alves Ornelas e Edson Januário de Souza foram condenados a 70 anos e quatro meses em regime inicial fechado; Roni Alves de Oliveira a 69 anos e 27 dias de prisão em regime inicial fechado. Wilson Evaristo Franco e Sérgio Manoel Ramos receberam a sentença de 58 anos, quatro meses e 20 dias em regime inicial fechado. Outros dois réus, uma mulher e um homem foram inocentados por falta de provas de participação no esquema. A Justiça já expediu o alvará de soltura deles. O Ministério Público vai entrar com recurso contra a absolvição das duas pessoas.
Os réus condenados não poderão recorrer em liberdade. Segundo a Justiça, é necessário manter a prisão preventiva de todos os réus para “garantia da ordem pública, pois os crimes foram praticados com violência contra pessoas, e também para assegurar a aplicação da lei penal, haja vista a presente sentença condenatória, no regime inicial fechado”.
Outra sentença
Em agosto do ano passado, a Justiça havia condenado outro participante no mega-assalto. Roberto Bezerra dos Santos foi sentenciado pela Justiça de Araçatuba a pena de 83 anos de prisão. O réu foi condenado por latrocínio consumado, do policial civil André Luís Ferro, por latrocínio tentado contra uma mulher, que por muito pouco não foi ferida na cabeça por um tiro que atravessou o carro que ela ocupava, por latrocínio tentado contra policiais militares, além de explosão e incêndio.
De acordo com o Ministério Público, 18 criminosos foram denunciados por envolvimento no assalto, o maior já registrado na história de Araçatuba. Conforme o processo, três bandidos continuam foragidos e estão sendo procurados pela polícia. São eles, Paulo Cesar de Assis, Edson Vieira da Silva e Cleber Andrade de Oliveira.
O processo principal que apura o crime tem mais de 12 mil laudas. O procedimento foi desmembrado e as ações prosseguem. Até o momento, 15 criminosos foram presos e as sentenças dependem de cada caso. Três réus do processo foram presos em novembro de 2017 acusados de participação no assalto a empresa de valores Rodoban, em Uberaba (MG).
Roberto Bezerra dos Santos, condenado na semana passada, é de Rio Claro (SP). Ele cumpre pena em uma penitenciária de segurança máxima. Segundo o Promotor de Justiça Sérgio Ricardo Martos Evangelista, o Ministério Público entrou com recurso pedindo aumento da pena do condenado.
Foragidos
Dos três procurados pela Justiça, Edson Vieira da Silva, natural de Campinas é apontado com um dos principais líderes da quadrilha e foi o responsável por alugar um rancho em Glicério, a quase 50 quilômetros de Araçatuba, que serviu como abrigo para os integrantes do grupo. A polícia ainda diz que o criminoso participou ativamente do assalto à Protege.
Cléber Andrade de Oliveira, 43 anos, de São Paulo, o Binho, é apontado com um dos maiores ladrões de cargas do estado de São Paulo. O suspeito age sempre fortemente armado, principalmente com o uso de fuzil, e foi um dos primeiros a ser identificado pela polícia, já que deixou digitais no rancho em Glicério.
Paulo César de Assis, 38 anos, é natural de Limeira, e foi responsável por resgatar alguns dos integrantes do bando um dia após o assalto. Os três foragidos são considerados peças importantes para o andamento das investigações e a elucidação não só do assalto à Protege de Araçatuba, mas também de outros do mesmo tipo por todo o Brasil e no exterior.