Uma mulher de 21 anos, residente em Barbosa (a 25 km de Penápolis), será investigada pela polícia após a companheira dela, de 18, denunciá-la por agredir a filha da garota. Segundo a mãe da criança, os crimes vinham ocorrendo havia dez dias e ela era ameaçada para não contar. O caso chegou ao seu conhecimento na noite de segunda-feira (3), quando ela decidiu pedir ajuda ao Conselho Tutelar.
A criança tem três anos. A jovem relatou que mantém um relacionamento amoroso com a investigada há um ano, mas há cinco meses elas estavam morando em Barbosa. Ela ainda contou que há algum tempo, a companheira passou a trata-la de forma agressiva, proferindo xingamentos. A garota disse que, na segunda, a mulher acordou por volta das 7h e, após passar um tempo juntas, agrediu a vítima com um tapa no rosto, argumentando que ela se parecia fisicamente com o pai.
Quarto
Ainda conforme o depoimento, na sequência, ela teria colocado a menina sentada no chão do quarto, ficando no cômodo com a porta trancada. Neste período, a mãe ficou na cozinha, sem poder ter acesso. Somente no período da tarde, por volta das 15h, quando foi almoçar que a jovem conseguiu pegar a menina e o celular com a companheira. Ela notou um arranhão no rosto da criança e, ao perguntar o que tinha ocorrido, a investigada respondeu que não era nada. No entanto, quando ficou sozinha com a filha, questionou se tinha acontecido algo, tendo a criança dito que a madrasta havia batido com o chinelo no rosto dela.
Neste momento, a jovem teve a ideia de mandar uma mensagem ao Conselho Tutelar, relatando que estava sendo agredida e mantida em cárcere privado pela companheira. Ela orientou que, ao chegarem no imóvel, dissessem que era para acompanhá-las, caso contrário, não conseguiria sair. Quando as conselheiras chegaram à residência, a investigada, inicialmente, não teria deixado mãe e filha saírem, mas elas conseguiram entrar no carro. Como a acusada passou a seguir o veículo com uma bicicleta, optaram por parar na base da Polícia Militar.
Enquanto os PMs atendiam a ocorrência, a mulher passou a ameaçar a companheira e a menina, tentando coagi-las a não registrarem o BO. Ao saber que seria levada para a delegacia, ela fugiu, mas foi localizada mais tarde escondida em uma casa próxima e conduzida ao plantão policial em Penápolis. As conselheiras tutelares e as vítimas também foram levadas para a unidade. Em virtude da criança ter marcas no rosto, ela foi levada ao pronto-socorro, para constatar as lesões.
Ameaças
Em depoimento no plantão, a mãe da menina disse que as agressões à filha dela por parte da autora vinham ocorrendo, pelo menos, desde o último dia 24, mas que não tinha procurado a polícia antes por ser ameaçada. Ainda segundo ela, a investigada disse que, se contasse algo, bateria ainda mais na criança e, desde a data citada, a vítima é agredida com tapas no rosto.
A jovem contou que, no último sábado (1º), a mulher lesionou a menina com um pedaço de pau, batendo na cabeça dela e deixando um hematoma. Além disso, ela não teria deixado que a mãe da criança a levasse ao médico, proibindo de sair de casa. A delegada plantonista, por considerar que não houve flagrante das agressões, optou por liberar a investigada, entretanto, um inquérito será instaurado pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) para apurar o caso, registrado como lesão corporal, violência doméstica e ameaça. (Por: Ivan Ambrósio)