Casos de dengue e chikungunya, doenças que têm como vetor o mosquito Aedes aegypti, dispararam nos últimos meses em São Paulo.
Até 31 de março, o Estado registrou 23,2 mil casos de dengue e nove óbitos pela doença, enquanto isso, a epidemia de chikungunya, com 882 registros, é novidade, explica o infectologista e Superintendente da Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN), Dr. Marcos Boulos, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.
“A chikungunya não esteve presente no Estado de São Paulo durante todo esse tempo de maneira epidêmica, agora, ela chega de um maneira mais intensa. É uma doença um pouco mais chata, não é tão grave como a dengue, mas ela causa doenças articulares que podem ficar por muito tempo. As pessoas sofrem muito, é uma doença que tem aumentado bastante no Estado de São Paulo, especialmente na região litorânea”, destaca Marcos Boulos, ressaltando que a dengue, por sua vez, é uma doença que “vem todo verão” com o acúmulo maior de chuvas e águas paradas. Por isso, a previsão é que os casos da enfermidade caiam nos próximos meses, com a chegada do inverno.
O infectologista ressalta ainda os sintomas de ambas doenças causadas por vetores, como febre, dores musculares e articulares mais intensas. Embora menos grave que a dengue, as dores causadas pela chikungunya podem persistir por anos. “A dor fica mais intensa e inclusive cronifica.
Temos casos de pessoas que ficam mais de dois anos com as dores articulares e até cronificam em alguns casos. A dengue termina em 7, 10, 14 dias e vai embora, a chikungunya fica”, reforçou. Para se prevenir, Marcos Boulos lembra de evitar o acúmulo de águas paradas para impedir a proliferação dos vetores.
“80% da transmissão ocorre dentro de casa, porque você tem foco de águas paradas, caixas d’água destampadas, tem entupimento, isso faz com que tenha proliferação do mosquito e da doença”, pontua. Em caso de suspeita de alguma das doenças, o infectologista indica que os pacientes procurem os serviços de saúde para diagnóstico e tratamento.