A psicóloga Ana Paula Almeida Ricardo, 39 anos, morreu na noite dessa sexta-feira (2), na Santa Casa de Araçatuba, à espera de um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Na Santa Casa de Araçatuba, no entanto, todos os 35 leitos para pacientes graves de Covid estão ocupados, segundo relatório do Departamento Regional de Saúde (DRS II). Na semana passada, o hospital, que tinha 25 leitos, abriu dez novos, que foram rapidamente preenchidos.
Ana Paula estava no pronto-socorro municipal Aida Vanzo Dolce e foi transferida para um leito de enfermaria na Santa Casa, há quatro dias, mas necessitava de um leito de UTI, pois estava com 90% dos pulmões comprometidos.
Ela era casada e mãe de três filhos, de 2, 4 e 16 anos. Ela atuava no Centro Terapêutico Divina Providência, que trabalha na recuperação de dependentes em álcool e drogas.
Nas redes sociais, o marido, Sérgio, mostrou sua indignação com a morte da esposa em decorrência do colapso hospitalar.
“Doença maldita levou ela de mim e de minha família e de sua familia… Sem chão …sem palavras… sem vaga na UTI…E já sabiam que precisavam da UTI desde tarde, o médico me disse… Vou até o fim…por você e para ajudar as pessoas não passarem pelo que estou passando”, postou, o viúvo, na página do Facebook de Ana Paula.
O corpo da psicóloga foi sepultado na manhã deste sábado (3), no Cemitério Jardim da Luz.
Ana Paula não é a primeira vítima da falta de leitos de UTI em Araçatuba. No dia 13 de março, a dona de casa Jane Márcia Pereira Porto, 45 anos, morreu no pronto-socorro à espera de um leito de hospital.