Com o período de restrições ao convívio social, provocado pela pandemia da Covid-19, o novo coronavírus, tem se tornado cada vez mais comum os golpes praticados pela internet, redes sociais – Facebook e Instagram –, aplicativos de mensagens, bem como em sites de classificados. Além da forma virtual, os criminosos podem fazer vítimas também por telefone ou indo até a casa delas.
O delegado titular do 1º DP (Distrito Policial) de Penápolis, Thales Eduardo Anhesini, explicou que a quantidade de ocorrências aumentou. “Em tempos em que boa parte da população está trabalhando em casa e usando as plataformas digitais, os criminosos tem se aproveitado disso. Eles começam conversando, ganhando a confiança e, a partir daí, inicia-se o golpe”, disse.
Ele explicou que, dentre os métodos usados pelos golpistas, o que vem fazendo mais vítimas é o da clonagem de aplicativos de mensagens, onde pedem dinheiro. “Geralmente, eles entram em contato, aproveitando-se de informações pessoais colocadas em anúncio num site de vendas, feito pela própria vítima, ou simulam interesse na compra, oferecendo um valor acima do que o proprietário está comercializando”, disse.
Thales ainda acrescentou que, ao final da conversa, o golpista, independente da história, solicita um código de verificação ou de segurança. “Jamais o forneça, pois, quando eles conseguem esse acesso, fazem a ativação da conta do aplicativo e, em seguida, instalam o Whatsapp, começando a pedir dinheiro para os contatos da vítima”, frisou.
O delegado ressaltou que, além da clonagem, alguns criminosos tem adotado outra forma de cometer os crimes. “Já recebemos ocorrências em que o golpista finge que a vítima trocou de telefone e, com outro número, entra em contato com familiares e amigos, solicitando valores com a alegação de que o carro quebrou no meio da estrada ou que alguém passará por um procedimento médico”, contou.
Nestas situações, Thales orienta que a primeira coisa a ser feita é solicitar o bloqueio imediato da conta e encaminhar um e-mail ao aplicativo de mensagens, informando que perdeu o acesso. “É super importante que as pessoas façam a verificação em duas etapas nestes aplicativos e, antes de fazer qualquer transferência, desconfie e liguem para os familiares em que o criminoso está se passando, ou peçam para fazer uma chamada de vídeo”, alertou.
Nudes
Outro golpe que vem ocorrendo com frequência na cidade é o do “falso nudes”. Geralmente, os criminosos abordam homens comprometidos, na faixa dos 30 a 50 anos, enviando mensagens “picantes” e sugerindo a troca de fotos íntimas. Para isso, eles criam perfis fakes nas redes sociais, utilizando-se de fotos de belas mulheres.
“Durante a conversa, na maioria das vezes pelo whatsapp, a ‘garota’ manda fotos nuas, pedindo para que a vítima envie fotos íntimas suas também, o que acaba ocorrendo”, comentou. A partir desse momento, o criminoso passa a exigir valores em dinheiro para não enviar aquelas imagens para a esposa, familiares e amigos do homem.
Em outras situações, o golpista se passa como pai da jovem do perfil, dizendo que ela é adolescente e que, caso não pague o valor, publicará a foto dele nas redes sociais como um pedófilo. “Eles pedem quantias altas, porém, as imagens das supostas jovens nunca existiram, pois são da internet ou de alguma revista”, analisou. Diante disso, o delegado alerta que as pessoas se previnam e tomem cuidados ao tentarem se relacionar, principalmente pela internet.
“Procure saber quem é a pessoa. Veja se ela tem algum amigo em comum e se costuma postar alguma interação social. Se ela pedir dinheiro, desconfie, pois é golpe. Jamais deposite ou transfira dinheiro”, destacou. Thales pediu que os funcionários das agências bancárias, lotéricas e correspondentes sempre observem o comportamento da pessoa e a quantidade que ela deseja depositar, sacar ou fazer empréstimo. “Ao questionarem o motivo e notarem que é algum golpe, orientem e acionem a polícia. Podem ter certeza que, fazendo isso, ajudarão a evitar que haja novas vítimas”, finalizou. (Por: Ivan Ambrósio)