A equipe médica responsável pelo acompanhamento do prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB), anunciou nesta sexta-feira (16) que “novos pontos” de câncer foram identificados nos ossos e no fígado durante exames de controle.
Com isso, ele precisará passar por novas sessões de quimioterapia e imunoterapia para tratar da doença, diagnosticada em 2019 inicialmente na transição entre o estômago e o esôfago.
O motivo, segundo boletim divulgado à imprensa, está relacionado à necessidade de ajuste no tratamento. No último mês de fevereiro, Bruno Covas havia interrompido a imunoterapia e passado por um novo protocolo de quimioterapia convencional por conta da identificação de nódulos hepáticos.
A oncologista e coordenadora do grupo de tumores gastrointestinais e neuroendócrinos da Oncoclínicas, Renata D’Alpino, explica que a presença de novos tumores não significa que o prefeito tenha desenvolvido outro tipo de câncer.
“Em muitos casos de pacientes com tumores malignos, mesmo com o tratamento, é possível que células cancerígenas se soltem do órgão original onde a doença está localizada e tentem ‘viajar’ para outra parte do corpo. Em geral, esse trajeto não dá certo e essas células são eliminadas pelo organismo, mas quando elas conseguem alcançar uma nova área e se estabilizar, acabam gerando uma multiplicação da doença e o aparecimento do câncer em outra parte do corpo. É o que denominamos como metástase”, diz a médica.
No caso de Bruno Covas, embora afete outras áreas do corpo, estes sinais tumorais no fígado e ossos representam portanto novas metástases, tendo as mesmas características da doença inicial e, por isso, não podem ser classificados ou tratados como sendo um câncer diferente.
“Por exemplo, quando o câncer de estômago causa metástases no fígado, as células que formam o novo tumor mantêm as suas características de origem, como se fossem uma espécie de clones. Por isso, o recomendável é seguir o protocolo de tratamento indicado para o tipo de câncer original, com quimioterapia ou radioterapia, por exemplo”, frisa a especialista.
A metástase geralmente é diagnosticada por meio dos exames de acompanhamento do paciente. Esses testes também ajudam na escolha das condutas a serem adotadas, que leva em conta a origem (tumor primário), o tamanho e a extensão do tumor.