Um jovem de 20 anos, morador no bairro Traitú, em Araçatuba, ficou gravemente ferido após ser supostamente atropelado pela sogra, uma professora de 35 anos moradora no conjunto habitacional Porto Real, na manhã de ontem (19), em frente à sua casa.
A mulher chegou a levar a vítima sobre o capô do carro por cerca de 70 metros. De acordo com o boletim de ocorrência, policiais militares foram acionados para comparecer no local dos fatos, no Traitu, onde ficaram sabendo que a vítima é casada com a filha da professora.
No entanto, a acusada não aceita o casamento e vive perturbando o casal. Na manhã de ontem a mulher foi com o seu carro, um Ford Fiesta, até a casa da vítima e chamou pela filha, que se recusou a atender a mãe.
A vítima foi até o portão e pediu para que a sogra fosse embora. Logo em seguida a filha decidiu atender a mãe e houve discussão entre os três. A vítima ligou para o pai e quando este estava chegando, a professora quis ir embora. No entanto, o rapaz entrou na frente do carro dela para impedir que deixasse o local.
O rapaz se agarrou ao capô do carro e foi levado por cerca 70 metros antes de cair e bater a cabeça no chão. Na fuga, a professora ainda teria esbarrado o carro no pai da vítima. O rapaz foi socorrido em estado grave e levado para Santa Casa de Araçatuba por uma equipe da unidade de resgate do Corpo de Bombeiros. A acusada posteriormente se apresentou na delegacia na companhia de um advogado. Ela será indiciada e responderá pelo crime de lesão corporal.
Professora nega atropelamento
Assistida pelo advogado criminalista Álvaro dos Santos Fernandes, a professora nega que tenha atropelado o genro e observa que a verdade sobre os fatos está exposta em seu depoimento prestado à Polícia Civil.
De acordo com o que ela relatou na delegacia, o genro estava muito nervoso e tentou impedir a sua saída do local, após proferir diversas ameaças.
“Chamei pela minha filha e apareceu o (genro) no portão com uma vassoura e quebrou o cabo da mesma na calçada. Mostrando-se bastante alterado, ele me disse para não atrapalhar a vida deles”, alegou a professora em depoimento.
Em outro trecho, ela relata o que aconteceu quando tentou ir embora da frente da casa do genro, após quase ter sido agredida por ele, fato que não foi concretizado graças a intervenção de um vizinho, segundo ela.
“Abri a porta do meu carro e entrei. Foi quando o (genro) disse que o pai dele chegou, estacionando defronte ao meu veículo outro carro. O (genro) foi para frente do meu carro, passou a bater no carro e subiu no teto do meu veículo. Batia no carro dando socos no para-brisa. O pai dele saiu do carro dele agressivo e alterado. Veio do meu lado, foi quando travei a porta e ele dizia que eu não iria sair dali. Nesse momento eu estava muito assustada, liguei meu carro, estercei as rodas do meu veículo, que estava trancado pelo carro do pai do (genro) e sai devagar com o meu genro no teto do meu carro…Não sai em velocidade pois o (genro) estava no teto. Andei poucos metros e parei o carro. E o (genro) que estava sobre o teto do carro escorregou, foi para frente e caiu no chão. Desviei dele, estacionei e olhei. Foi quando o pai dele veio correndo e dizia que iria me pegar, chamando os vizinhos para me pegar também. Acabei deixando o local assustada e com medo”, disse a professora em depoimento.
O advogado Álvaro Fernandes, que acompanha a investigação, disse que a sua cliente indicou aos policiais a existência de câmeras de segurança no local e que as imagens vão comprovar a versão então apresentada. Os equipamentos já foram apreendidos pela Polícia Civil.