São Paulo – A Secretaria de Saúde de São Paulo informou, neste sábado (20/3), que os hospitais públicos do estado possuem estoque de medicamentos para intubação suficiente para apenas sete dias.
Os produtos em escassez fazem parte do chamado “kit intubação”, composto por sedativos e bloqueadores neuromusculares, liberado pelo governo federal na última semana, mas em quantidade suficiente para apenas 10 dias, segundo a Secretaria de Saúde.
A Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp) também declarou neste sábado estoque limitado há, no máximo, 15 dias, “no melhor dos cenários”.
“A gente alertou governo federal e governo estadual que a oferta de medicamentos está muito baixa e apelamos pela requisição de mais estoque”, declarou Edson Rogatti, presidente da Fehosp, à CBN São Paulo.
Em meio à pandemia do coronavírus, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) apontou que o Ministério da Saúde cancelou, em agosto de 2020, uma compra internacional de medicamentos para o chamado kit intubação.
A informação veio à tona em um momento que a demanda de medicamentos do kit intubação registrou alta de mais de 2.000% em todo o Brasil.
Segundo dados do Ministério da Saúde analisados pelo Metrópoles, a quantidade de propofol distribuído pela pasta foi de 679,5 mil em março deste ano, o equivalente a uma alta de 1.553% em relação a fevereiro (41,1 mil).
Já o atracúrio, indicado para facilitar a intubação e relaxar a musculatura, teve crescimento de 2.302% em março, quando foram distribuídas 399,3 mil unidades do fármaco, ante 16,6 mil em fevereiro.