Um comerciante de 35 anos foi preso na noite desta terça-feira (2) por policiais militares que cumpriram um mandado de prisão em um conjunto de apartamentos na rua Goulart, bairro Santa Luzia, em Araçatuba. Ele é acusado de ser o mandante do assassinato de Patrick da Silva Cezareto, 22 anos, que foi baleado em um terreno na rua Pedro Moreno, no conjunto habitacional Porto Real, zona norte de Araçatuba, no dia 26 de março do ano passado.
No dia do crime a vítima chegou a ser socorrida e morreu após dar entrada na Santa Casa. Ele levou cinco tiros que acertaram cabeça e tórax. Um jovem de 19 anos, acusado de ser o autor dos disparos já estava preso. Ele também teve a prisão decretada e foi capturado em maio do ano passado quando saia de um culto em uma igreja no conjunto habitacional Atlântico.
Passional
O assassinato de Cezareto, conforme consta do processo, teve motivação passional. Foi apurado que o mandante do crime tinha um estabelecimento comercial e começou a manter um relacionamento extraconjugal com uma funcionária, que era namorada da vítima.
Conforme as investigações, Cezareto ficou sabendo que o comerciante estava tendo um caso com sua namorada, que trabalhava para ele. Em razão disso, a vítima “pichou” o carro do denunciado e de sua esposa.
O comerciante não gostou do fato e chamou pela vítima para indagá-la a respeito, porém, ela nada disse. Então, o denunciado, motivado pelo sentimento de vingança em relação à pichação, resolveu matar a vítima. Para tanto, solicitou que seu comparsa executasse o crime.
Na data dos fatos Cezareto, uma mulher e uma adolescente foram até o estabelecimento do comerciante e compraram refrigerantes para consumo. No entanto, o comerciante disse a eles para que consumissem a bebida no imóvel ao lado, um terreno, para onde todos se dirigiram. O denunciado, aproveitando-se da oportunidade criada, avisou ao comparsa que a vítima estava no terreno, local que dificultaria a fuga.
O comparsa pegou um revólver e foi ao local na garupa de uma motocicleta Honda CG verde, conduzida por um indivíduo não identificado. Chegando no terreno, o atirador abriu o portão que estava semiaberto, sacou do revólver e foi em direção à vítima, que gritou: “não Gui, não Gui”.
Em seguida ele passou a efetuar disparos contra a vítima, atingindo-a com 5 tiros. Após o ato criminoso fugiu na garupa. Cezareto chegou a ser socorrido mas não resistiu aos ferimentos. Conforme denúncia do Ministério Público, o crime foi praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, sendo que o comerciante induziu o rapaz a consumir bebidas em um local onde ficava difícil a sua fuga.
A vítima estava desarmada e sem qualquer possibilidade de defesa ou reação. O crime, conforme denúncia, teve motivo torpe, ou seja, por conta da pichação do carro do mandante. Ambos os acusados estão presos aguardando julgamento, pelo Tribunal do Juri.