O advogado do policial militar aposentado Eduardo Melo, que matou Jonas Pedrassa, de 29 anos, filho do ex-prefeito de Nipoã (SP) José Lourenço (PSD), informou ao G1 que o PM sofreu emboscada por vingança política. Eduardo foi candidato ao Executivo nas eleições de 2020, mas não se elegeu.
“O Melo é adversário político de José Lourenço. Na quinta-feira (11), um vereador postou no Facebook fotos da frota municipal de Nipoã. Meu cliente pesquisou no portal da transparência e viu que foram gastos R$ 2,3 milhões na frota. Aí ele publicou um vídeo dizendo que a frota está sucateada e que isso teria que ser investigado”, afirma Carlos Danilo, defesa de Melo.
Segundo o advogado, a publicação desse vídeo teria motivado uma emboscada contra seu cliente. Carlos afirma que o ex-prefeito José Lourenço e a esposa esperavam pelo PM na saída de Nipoã na manhã de sexta-feira e bloquearam a passagem quando ele entrou na pista.
De acordo com o relato do advogado, Melo desviou do bloqueio e seguiu pela estrada, mas o ex-prefeito emparelhou o veículo e jogou o PM para fora da estrada.
Quando os carros pararam, segundo o advogado, o casal passou a agredir o PM. O filho do ex-prefeito e um sobrinho chegaram em outro veículo e também passaram a bater no policial.
“Durante toda a briga a arma do Melo estava na cintura, não na mão dele. Em dado momento, o Jonas foi até o carro do pai e pegou uma arma, uma pistola 380. Só aí que o Melo sacou sua arma e fez o disparo.”
Jonas foi atingido no abdômen e foi levado à Santa Casa de Monte Aprazível (SP), mas não resistiu aos ferimentos.
O advogado enviou fotos do seu cliente para mostrar marcas da suposta agressão.
No boletim de ocorrência consta que a briga começou após um acidente de trânsito, mas o advogado rechaça essa informação e diz que a batida foi com o intuito de jogar o carro do seu cliente para fora da pista.
A versão do advogado também contraria a informação relatada no boletim de ocorrência de que a mãe da vítima ligou para o filho ir até lá por conta da briga. Segundo ele, o filho e o sobrinho do ex-prefeito acompanhavam de longe em outro veículo e se aproximaram quando começaram as agressões.
O policial aposentado foi levado à delegacia, onde foi ouvido e liberado. O delegado investiga o caso como legítima defesa.