A Câmara Municipal de Andradina gastou no ano passado, em plena pandemia, quase R$ 600 mil em viagens de vereadores. Teve até viagem coletiva em pleno recesso parlamentar. Essas vantagens geralmente eram negociadas no processo de eleição da mesa diretora da Câmara. Geralmente faziam parte das margens de negociações para eleição do presidente.
Cada vereador tinha direito a viajar uma vez por semana, ou 4 viagens ao mês. Cada diária ficava em torno de R$ 650,00 a R$ 700,00. Dinheiro que deveria pagar apenas hospedagem e alimentação. Se o vereador ficasse na casa de um parente, poderia embolsar toda grana para ele. Além disso a Câmara pagava também outras despesas de viagens como taxis e outros deslocamentos.
Uma viagem para Brasília poderia render em quatro diárias, perto de R$ 2,8 mil para cada vereador. Com a resolução aprovada nessa semana pela nova Câmara de Vereadores, o faturamento extra nas viagens estará contido. O presidente Helton Rodrigo Prando, o “Coxinha”, enfrentou oposição, mas a proposta foi aprovada porque todos os votos que recebeu foram de vereadores que assim como ele, foram eleitos para tomar algumas atitudes que nada mais são que atender a exigências apontadas pelo Tribunal de Contas, mas que até hoje conseguiram ser enfrentadas pela Câmara.
As viagens agora continuam liberadas. Só não terão diárias. O vereador gasta, depois tem o dinheiro reembolsado. Ainda não sabemos os limites para padrão de hotel, ou alimentação. Mas vamos esperar para ver as prestações de contas. E os critérios para viajar serão mais rígidos e devem ter razões oficialmente comprovadas. (Com Antônio José do Carmo)