A dona de casa Andréia Pereira Borges, 41 anos, moradora do bairro Porto Real em Araçatuba, acusa os vizinhos, um homem, duas mulheres e uma adolescente, de agressão física e intolerância religiosa contra ela e a filha dela, uma diarista de 18 anos.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pelas vítimas na última quarta-feira (03), o motivo das agressões seria intolerância religiosa por seguirem a religião Jurema Sagrada. Segundo a dona de casa, constantemente são chamadas de “macumbeira”.
De acordo com as declarações das vítimas no boletim de ocorrência, há cerca de três meses mãe e filha vem sofrendo perseguição por parte dos vizinhos.
Na quarta-feira(03), Andréia chegava da farmácia, quando a vizinha adolescente, sem motivos, passou a proferir xingamentos como “arrombada” e “vagabunda”. A filha de Andréia, indignada com a situação, partiu pra cima da adolescente, em defesa da mãe e, acabou acertando um pedaço de ferro na janela da casa dos vizinhos, quebrando um vidro.
O cunhado da adolescente passou a agredir Andréia e a filha, atingindo-as com um pedaço de metal, que causou ferimentos na cabeça de Andréia. Em seguida as vítimas passaram a ser agredidas pela esposa do homem, pela adolescente e pela sogra do acusado. O homem ainda teria ameaçado as duas de morte.
A Polícia Militar foi acionada para controlar a situação. Andréia foi encaminhada ao Pronto Socorro Municipal, onde recebeu curativos, foi medicada e liberada em seguida. A vítima passou por exame de corpo e delito no IML de Araçatuba. A vítima disse que irá representar criminalmente contra os agressores.
O Brasil tem normas jurídicas que visam punir a intolerância religiosa. A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, alterada pela Lei nº 9.459, de 15 de maio de 1997, considera crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões.
*Por Richard Silva/ Araçatuba Em Foco