Donos de bares, restaurantes, lojistas de shoppings e do comércio de rua realizaram um protesto, na manhã desta quarta-feira (27), contra as medidas do Governo do Estado que preveem o fechamento destes estabelecimentos após às 20h e nos finais de semana dos dias 30 e 31 de janeiro e 6 e 7 de fevereiro. A manifestação também é contrário à proibição do atendimento presencial nos bares.
As novas regras, mais restritivas, valem para todo o Estado e visam, conforme o governo, conter o avanço do novo coronavírus. Para os comerciantes, porém, o agravamento da pandemia não deve ao funcionamento dos bares, restaurantes e comércio em geral, mas às festas clandestinas, confraternizações de final de ano e também às eleições. Eles argumentam que precisam trabalhar para manter suas empresas abertas e garantir os empregos de seus funcionários.
Os manifestantes se mobilizaram no antigo posto Absoluto, à margem da Rodovia Marechal Rondon. Depois, saíram em carreata pela Rua Anhanguera, Avenida da Saudade e Pompeu de Toledo, onde fizeram um buzinaço em frente ao Ministério Público.
Na sequência, pegaram a Brasília e Rua Coelho Neto, onde pararam em frente à Prefeitura, tocaram o Hino Nacional e chamaram o prefeito Dilador Borges (PSDB). Cerca de 150 veículos participaram da manifestação, que contou com um trio elétrico e faixas. A Polícia Militar e Guarda Municipal acompanharam o protesto, que foi pacífico e sem tumultos.
A principal reivindicação dos comerciantes é que as autoridades locais intervenham para que bares e restaurantes possam funcionar normalmente, até as 22h, com as devidas medidas sanitárias, como obrigatoriedade do uso de máscara, distanciamento social e com até 40% da capacidade. Eles também querem abrir nos dois próximos finais de semana.
Hoje, na fase laranja do Plano São Paulo, os estabelecimentos estão autorizados a funcionar durante oito horas por dia, até as 20h, com capacidade de 40%. A exceção passou a ser os finais de semana, quando só poderão funcionar os serviços essenciais, como farmácias, supermercados e postos de combustíveis.
Para o proprietário do Joaquin’s Food Park, Sildemar Paulucci, os bares e restaurantes não podem pagar o preço pelo agravamento da pandemia.
“Nós respeitamos as medidas de prevenção e não podemos receber a culpa dos aumentos de Covid-19, que em sua grande maioria são causados por viagens, festas clandestinas e aglomerações sem responsabilidade”, disse, citando, ainda, que a alta no número de casos são reflexos das eleições e das festas de fim de ano.
Conforme ele, o faturamento de sábado e domingo representa 60% de toda a semana. “Esta nova medida do governo vai prejudicar ainda mais nossa categoria, que vem amargando prejuízos desde março do ano passado”. Só no Joaquin’s, segundo ele, cinco estabelecimentos fecharam as portas desde o início da pandemia.
Para ele, a manifestação foi positiva. “Sentimos muito o apoio da população”, disse Paulucci. “Pedimos o apoio do Ministério Público, da Prefeitura e da Câmara Municipal. Eles falam que não podem fazer nada, mas são a nossa voz, pois nos representam”, completou.
O protesto teve o apoio da Associação Comercial e Industrial de Araçatuba (Acia), Sindicato dos Bares, Restaurantes, Hotéis e Similares, Associação dos Lojistas do Calçadão (Alca) e Uecar (União das Entidades de Classe de Araçatuba e Região).
Prefeitura
Sobre o protesto, a Prefeitura encaminhou a seguinte nota à imprensa:
“A Prefeitura respeita todo ato democrático e entende a dificuldade dos comerciantes e proprietários de bares, restaurantes e similares, com os quais mantém um bom diálogo. O prefeito Dilador Borges sempre deixou as portas do gabinete abertas para receber todas as classes. Porém, as diretrizes do Plano São Paulo são impostas pelo Governo do Estado e as cidades paulistas têm o dever de cumprir. Também é importante levar em consideração o aumento de casos positivos de covid-19 e, sobretudo, o expressivo aumento de óbitos nas últimas semanas em Araçatuba. Nesse momento difícil, é essencial a colaboração da população. Todos devem manter os protocolos sanitários: usar máscaras, manter o distanciamento social, higienizar as mãos e evitar sair de casa à toa. Até que todos sejam vacinados, os cuidados com pandemia não podem parar. Só assim nossa saúde e economia poderão se restabelecer o mais breve possível.”