Agentes da Corregedoria Interna do Corpo de Bombeiros prenderam o capitão da corporação João Maurício Correia Passos, de 36 anos, horas após ele atropelar e matar um ciclista no Recreio dos Bandeirantes (RJ), na manhã desta segunda-feira (11/1).
Uma intimação do Tribunal de Justiça do Rio, datada do dia 6 de janeiro, encontrada no carro que atropelou o ciclista, levou a polícia até João Maurício. O documento, de uma audiência de custódia, estava no nome dele. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com o delegado Alan Luxardo, titular da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), o capitão foi preso em flagrante.
“Conseguimos prendê-lo em flagrante duas horas depois do acidente, já que ele havia fugido. Em uma das imagens, conseguimos pegar o acidente todo. Você vê a brutalidade que foi o atropelamento. E momentos antes, nós pegamos imagens do posto de gasolina em que ele aparecia totalmente embriagado, comprando bebida alcoólica”, disse Luxardo.
O militar chegou à delegacia por volta das 10h20 e foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) do centro do Rio de Janeiro para o exame de corpo de delito.
O bombeiro foi preso no meio da manhã. Ele já havia sido preso por ter agredido a esposa, deficiente física, na casa onde mora, no Méier, mas foi liberado após audiência de custódia.
Atropelamento
Cláudio Leite da Silva, de 57 anos, pedalava na Avenida Lúcio Costa, na Praia do Recreio, quando foi atingido pelo HB20 na altura do Posto 10. O ciclista morreu na hora.
João Maurício confirmou na 42ª DP que estava ao volante do HB20 e disse que fugiu “porque teve medo de ser linchado”.
Depois de acertar Cláudio, o veículo acabou batendo 300 metros à frente, subindo no meio-fio.
Um homem que trabalha num quiosque viu quando João Maurício saiu do veículo após a batida.
“Ele estava muito embriagado. Ele estava altamente bêbado. (…) A gente viu garrafas de bebida dentro do carro. Eram umas quatro garrafas”, disse Marcos.
Testemunhas disseram ainda que o bombeiro estava em alta velocidade. Depois de alertado sobre o atropelamento, o motorista fugiu a pé.
Cláudio era casado, não tinha filhos e costumava pedalar diariamente. Também gostava de participar de competições de ciclismo.
Um amigo do ciclista disse que já perdeu outros amigos atropelados.
“Cláudio é um taxista aposentado, pedala todos os dia no Recreio dos Bandeirantes. Apaixonado por ciclismo. Acho que como todos nós. Eu pedalo há 30 anos e já perdi cinco amigos dessa forma fatal. E a gente sai todos os dias 4h30, cinco horas da manhã, e esse tipo de incidente é uma coisa corriqueira, principalmente aqui no Recreio, que as pessoas saem das baladas, enfim. A gente tá sempre exposto a esse tipo de acidente”.