O prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB) afirmou nesta segunda-feira (28) que o aumento de 46% dos salários do prefeito, do vice e dos secretários, aprovado na Câmara Municipal, é justificado por uma defasagem no teto do funcionalismo público na cidade.
Na última quinta-feira (24), Covas sancionou a lei aprovada pela Câmara Municipal que autoriza o aumento a partir de 2022. Com a medida, o salário do prefeito – e o teto do funcionalismo – passa de R$ 24 mil para R$ 35,4 mil.
“O teto está congelado desde 2013, quando tivemos o último reajuste. Durante esse período de 8 anos, a inflação foi algo em torno de 60 a 100%, dependendo do valor que é considerado. O salário mínimo aumentou nesse período 68%. O valor do salário dos professores na rede municipal aumentou 80%. Então hoje o teto está defasado, o teto de R$ 24 mil”, afirmou em entrevista à GloboNews.
Segundo o prefeito, o aumento do próprio salário só será realizado “em 2022, caso a pandemia já tenha passado”. Bruno Covas também afirmou que a medida busca evitar que servidores deixem os cargos municipais para trabalharem na iniciativa privada ou em outras esferas de governo.
“Algumas carreiras que recebem pelo teto, como é o caso dos auditores fiscais, os funcionários começam a se preparar para concursos para trabalhar no governo federal ou em outros governos estaduais ou municipais. Então nós vamos perdendo esses servidores que recebem pelo teto. Aqui não se trata apenas do salário apenas do prefeito, aqui se trata da correção do teto. Se a Câmara não aprovasse agora, ela só poderia aprovar depois de mais 4 anos”, disse.
Projeto dos vereadores
O aumento nos salários do primeiro escalão da administração municipal foi aprovado na Câmara Municipal na quarta-feira (23) por 34 votos a favor, 17 contra e 1 abstenção, e sancionado pelo prefeito no dia seguinte. Com a correção, os vencimentos pagos a partir de janeiro de 2022 serão os seguintes:
- Prefeito: R$ 35.462,00
- Vice-prefeito: R$ 31.915,80
- Secretários municipais: R$ 30.142,70
A aprovação recebeu duras críticas de alguns parlamentares, por ter ocorrido na semana de Natal e após um ano de contingenciamento de gastos devido à pandemia de Covid-19. Em nota, a Câmara de Vereadores informou que o projeto de lei votado trata da correção dos subsídios “em patamar abaixo da inflação acumulada no período” dos últimos 8 anos.
“Desde a última correção, em 2012, a inflação acumulada chega a 63,11% pelo IPCA e 100,41% pelo IGP. Importante ressaltar ainda que a correção valerá apenas a partir de janeiro de 2022”, disse a Casa legislativa.