Motoristas de aplicativo de Araçatuba participam, nesta quarta-feira (28), de uma paralisação nacional por melhores condições de trabalho e tarifas mais justas. O início da mobilização está marcado para às 10h e deverá ter duração de 24 horas, período em que eles não vão ligar as plataformas para o atendimento de passageiros.
Em Araçatuba, há cerca de 900 motoristas de aplicativo e a expectativa é de uma adesão de 80%. Eles vão se reunir em frente à Havan, para chamar a atenção aos problemas da categoria.
“Vai ser uma manifestação pacífica e silenciosa, sem interferência no trânsito”, afirma Tiago dos Reis, que é motorista de aplicativo há dois anos e dez meses.
Uma das reivindicações é a mudança no valor da tarifa, que hoje é paga por quilômetro rodado. A média paga, atualmente, é de R$ 0,93 por km, mas os motoristas argumentam que a tarifa mínima ideal deveria ser o dobro disso.
Conforme Reis, o motorista ganha, em média, entre R$ 6,00 e R$ 7,00 por corrida, já descontada a taxa da operadora, que pode chegar a 42%, de acordo com o percurso. “Isso não cobre os nossos custos. Estamos sucateando nossos carros, pagamos um seguro três vezes mais caro do que um motorista comum e ainda corremos riscos”, reclama, destacando que a taxa máxima deveria ser de 15%.
A segurança é outra reivindicação dos motoristas de aplicativos. Eles alegam que as operadoras não exigem fotos nem os dados pessoais dos passageiros, o que aumenta o risco de assalto e sequestro. “O passageiro tem todos os nossos dados pessoais e os do carro. Nós não sabemos quem vamos levar na corrida”, alega.
A pauta da paralisação também pede o fim do banimento sumário dos motoristas, que segundo eles, não têm direito à ampla defesa junto às operadoras, e o fim do limite de tempo on-line. Conforme Reis, a Uber, por exemplo, limita o motorista a ficar dez horas on-line na plataforma.
Outro ponto reivindicado pelos motoristas de aplicativo é o fim da punição de cancelamento e aceitação. “Como as operadoras pregam que nós não somos funcionários, e sim parceiros, elas acabam nos punindo por cancelar corrida. Muitas vezes, há suspensão ou até mesmo banimento nesses casos”, diz.
O argumento de Reis é que os motoristas não recebem pelo deslocamento até o passageiro nem pela volta, após deixar o cliente em seu destino. “Eles só calculam a ida, a volta tem que ser por nossa conta”, afirma.
Ele explica que uma corrida de Araçatuba até Birigui custa, em média, R$ 35,00 para o passageiro, mas os motoristas só recebem R$ 20,00 e ainda têm que arcar com a volta até Araçatuba. “Muitas vezes não paga nem a gasolina, mas somos punidos se cancelamos a viagem”, explica.
Em Araçatuba, atuam as operadoras Uber, 99, In Driver e Mobbi Brasil, Odicar e Tô Indo.