Robson Gael, um publicitário de 33 anos, foi agredido por três homens desconhecidos enquanto passeava com seu cachorro na rua Martins Fontes, na Consolação, no centro de São Paulo, na tarde deste domingo (4). As informações são do portal R7.com.
O publicitário contou que estava andando quando os homens passaram por ele e começaram a ofendê-lo chamando-o de “negro safado” e “viadinho”. A princípio ele continou seu caminho, mas depois de uns metros decidiu confrontá-los, porque estavam assustando o cachorro. Foi quando um deles partiu para as agressões físicas.
Momentos depois, os outros dois homens chegaram por trás e também atacaram Robson. Vizinhos gravaram a confusão, em um vídeo que viralizou nas redes sociais. Depois de um tempo, os carros começaram a buzinar e pessoas tentaram apartar a briga, mas os três homens não pararam com as agressões.
Policiais da GCM (Guarda Civil Municipal) chegaram e abordaram os três agressores, levando todos os envolvidos para o 78º DP (Jardins). No local foi lavrado um termo circunstanciado, que não caracteriza o crime como racismo ou homofobia, mesmo depois de Robson ter dado seu depoimento informando o teor das ofensas e de uma testemunha ter confirmado o caso.
“Fiquei muito chateado porque era uma delegacia nos Jardins onde o delegado branco não sente a dor do que é ser esculachado na rua pelo simples fato de que um cara acordou e quis te bater”, conta Robson.
Nesta segunda (5), Robson divulgou em suas redes sociais um vídeo contando sua versão sobre os fatos. Nas imagens, ele mostra os hematomas que ficaram em sua boca após as agressões.
No vídeo, Robson disse que sua sensação é de impotência, por ter passado por uma situação como essa, em um país onde a maioria da população é negra. Falou ainda, que os cortes em sua boa e as lesões pelo corpo, são provas de que ainda existe racismo no Brasil.
Ainda segundo o publicitário, os homens que o agrediram estavam, provavelmente, bêbados ou drogados, mas que isso não justifica e nem é desculpa para terem tido esse tipo de atitude.
Robson finaliza o vídeo dizendo ser uma nota de nojo, repudio e tristeza por, segundo ele, saber que neste país, mesmo que a pessoa não procure por problemas, ainda corre o risco de ser culpado.
“Na delegacia o que mais me incomodava era que eu parecia ser o agressor. Eu que estava envergonhado, eu que estava dentro de uma sala meio escondido enquanto eles desfilavam na delegacia, fumavam do lado de fora como se nada tivesse acontecido”, conta o publicitário.
Robson lembra que na saída da delegacia cada um foi para o seu lado mas que, ao chegar na esquina, o grupo passou olhando para um bar como se tivessem acabado de sair de uma balada e estivessem procurando outra. “Aquilo me deixou muito mal, eu estava sangrando, machucado indo para a minha casa esperando que a impunidade não reinasse mais uma vez”, lamenta.