Um empresário de Araçatuba foi um dos alvos, na manhã desta quinta-feira (15), da Operação Link, desencadeada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro contra o braço financeiro do Comando Vermelho, a maior facção do tráfico do estado. Ele foi detido após cumprimento de mandados de busca em seu apartamento e também no estabelecimento comercial.
A reportagem do Regional Press apurou que a ação em Araçatuba foi de equipes que vieram do Rio de Janeiro, e contou com apoio do GOE/Deic (Grupo de Operações Especiais da Divisão especializada em Investigações Criminais).
Um dos mandados foi cumprido no apartamento do empresário e outro no estacionamento de veículos. Ele foi detido e levado a CPJ (Central de Polícia Judiciária), de onde foi liberado após ser ouvido por policiais civis do Rio de Janeiro.
A operação
A Polícia Civil do RJ desencadeou nesta quinta-feira (15) a Operação Link, contra o braço financeiro do Comando Vermelho, a maior facção do tráfico do estado. Em três anos, o esquema movimentou R$ 20 milhões.
Agentes saíram para cumprir 8 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Até as 11h30, cinco suspeitos tinham sido presos.
Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada do Rio. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 12 milhões nas contas de suspeitos e o sequestro de bens.
“A intenção da Polícia Civil é descapitalizar a maior facção criminosa do Rio de Janeiro”, diz o delegado Leonardo Borges, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado e a Lavagem de Dinheiro, que coordena as equipes que estão nas ruas.
Um dos principais alvos da ação é um comerciante de São Paulo que movimentou mais de R$ 6 milhões em depósitos fracionados que vieram de várias localidades de SP e do RJ, segundo a polícia.
Segundo as investigações, o dinheiro decorrente da venda de drogas era depositado em espécie em agências bancárias — muitas dentro das próprias favelas dominadas pelo Comando Vermelho — em “contas de passagem”.
Os depósitos variavam de R$ 2 mil a até R$ 80 mil e eram feitos por moradores de comunidades de Japeri, São Gonçalo, Cabo Frio e Volta Redonda, obrigados a participar do esquema. Em seguida, o dinheiro era repassado para suspeitos de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. A polícia informou ainda que a renda dos envolvidos é incompatível com a quantia que eles movimentavam.
O dinheiro era lavado por meio de empresas de fachada. “Existem metodologias de lavagem de dinheiro com o uso de empresas de fachada, com o uso de laranjas, empresas que não têm estrutura para justificar o volume de dinheiro. Elas são abertas e fechadas em curtos períodos de tempo. Isso tudo está sendo constatado no nosso trabalho de investigação”, disse o delegado. (Com informações: G1)