O Dia Nacional do Deficiente Físico é celebrado anualmente no dia 11 de outubro. A data foi instituída para promover a conscientização da sociedade sobre ações e políticas que devam ser realizadas para garantir a qualidade de vida e a promoção dos direitos dos deficientes físicos. Após 29 anos de sua promulgação, muita coisa mudou, mas ainda há desafios e barreiras a serem ultrapassadas e em Araçatuba o presidente do Conselho Municipal para Assuntos da Pessoa com Deficiência, Valmir Ábrego, elenca os três principais tópicos que ainda resistem e geram obstáculos para esse público.
Ábrego diz que ainda existe muita coisa que precisa melhorar, mas se fosse para destacar os três principais pontos, ele cita a acessibilidade, o preconceito institucional e a dificuldade de inserção no mercado de trabalho. O Conselho é formado por 14 integrantes, sendo 50% representante do poder público e os outros 50% da sociedade civil organizada.
Com relação à acessibilidade, ele diz que há várias barreiras, principalmente institucionais. Diversos prédios públicos ainda não são totalmente adaptados, e por serem antigos, muitas vezes os imóveis não oferece condições para adaptação. Alguns eventos são realizados sem preparação 100% aos cadeirantes, além de pequenos empreendimentos que não atendem as exigências e não há estrutura suficiente para uma fiscalização mais intensa.
O presidente explica ainda que a inserção no mercado de trabalho está entre as principais dificuldades. Mesmo existindo a lei que impões uma cota para este público, em muitos casos as empresas contratam mas não estão preparadas para receber um funcionário com deficiência, e o mesmo acaba saindo com a sensação de incapacidade. “É preciso dar o emprego e condições, porque o deficiente físico tem limitações, e se forem dadas as condições, eles podem ser mais eficientes do que muitas pessoas sem limitações”, explicou.
Ábrego explicou que quando uma pessoa com deficiência consegue um emprego ele perde o benefício de prestação continuada, e para reaver, em caso de demissão, precisa voltar a uma fila de espera. Por este motivo, as pessoas ficam com medo de arrumar um emprego e acabar perdendo, ficando sem salário e tendo que entrar novamente na fila de espera para conseguir novamente o benefício.
O Dia da Pessoa com Deficiência Física, comemorada hoje, também estimula a conscientização sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. O IBGE aponta que a proporção das pessoas com deficiência na população brasileira é de 6,7%.
De acordo com a OMS, 1 bilhão de pessoas vivem com alguma deficiência – significa uma em cada sete pessoas no mundo. A ONU alerta que 80% das pessoas que vivem com alguma deficiência residem nos países em desenvolvimento. No total, 150 milhões de crianças (com menos de 18 anos de idade) tem alguma deficiência, aponta a UNICEF.
Segundo a ONU as pessoas com deficiência encontram mais dificuldades. O custo de vida aumenta em cerca de um terço da renda, em média. Completar a escola primária também é um desafio maior para as crianças com deficiência: enquanto 60% dessas crianças completam essa etapa dos estudos nos países desenvolvidos, apenas 45% (meninos) e 32% (meninas) completam o ensino primário nos países em desenvolvimento.
Mais de 50% das pessoas com deficiência não conseguem pagar por serviços de saúde. Confira todas as estatísticas clicando aqui e aqui. Cerca de 30% dos meninos ou meninas de rua têm algum tipo de deficiência, e nos países em desenvolvimento 90% das crianças com deficiência não frequentam a escola.