No município de Sapucaia do Sul, Região Metropolitana de Porto Alegre (RS), a cadela “Belinha” foi morta a tiros pelo proprietário de um mercado. O fato foi presenciado pelo dono do animal, um garoto de 13 anos, e aconteceu na tarde dessa segunda-feira (12/10), em pleno Dia das Crianças. O comerciante foi preso pela Brigada Militar. São informações do portal GZH.
Segundo a família, o menino foi ao mercadinho do Loteamento Nascer do Sol, no bairro Boa Vista, pouco depois das 12h, para fazer compras pedidas pelos pais. Belinha o acompanhou, como fazia de costume. O cão ficou esperando do lado de fora do mercado, mas sua presença gerou a irritação do proprietário, que, segundo a polícia, atirou com uma espingarda contra a cadela.
O tiro alertou o menino, que saiu de dentro do mercado. Correndo, ele ainda levou a cadela sangrando em seu colo até os seus pais, para que a examinassem e pedissem ajuda. Belinha não resistiu.
O fato gerou a revolta de moradores do loteamento, que cercaram o prédio do mercado. A Brigada Militar foi acionada e deteve o homem. De acordo com o capitão Renato Rafell de Brito Fell, subcomandante da corporação em Sapucaia do Sul, o comerciante afirmou aos policiais que tinha a intenção “de somente assustar o animal”.
“Quando as guarnições chegaram, havia várias pessoas, em um tumulto grande que se formou. O autor, em seguida, se apresentou. Ele entregou a arma, uma carabina de pressão. O indivíduo foi autuado em flagrante com base na lei de maus-tratos aos animais“, resumiu o policial.
Pena de reclusão
A lei trouxe mais rigor a casos como esse, impondo reclusão de dois a cinco anos, além de multa. Antes, em um caso semelhante, seria cabível apenas o registro de termo circunstanciado.
O delegado regional de Canoas, Mario Souza, afirma que o caso será tratado com rigor e entrará no bojo das investigações da Operação Arca, ação permanente da Polícia Civil contra maus-tratos a animais na região.
“O crime já é grave, e, nesse contexto, com a morte do animal e na frente da criança, chama ainda mais atenção e destaca mais a gravidade do crime. Não é algo a ser tratado como simples, certamente a criança terá um trauma devido a essa situação. Isso é barbárie, o que não pode ser permitido. Vamos atuar com todo o rigor da lei”, manifestou o delegado, que lembrou não haver possibilidade de fiança com o novo texto da lei.
Vídeos gravados por vizinhos e postados em redes sociais mostram o tamanho do amor que ele tinha pela cadela. Já com o animal morto, o garoto permaneceu com ela em seu colo, chorando e pedindo para que ela reagisse.
Fez a cruz
“Ô, Belinha, tá me ouvindo?”, clamava o menino, com os braços sujos de sangue da cadela. Apesar da dor, o garoto decidiu que deveria enterrar Belinha. Ele mesmo pediu para um vizinho que tem conhecimentos de marcenaria para fazer uma cruz.