Um morador de Auriflama (SP) reivindicou os mais de R$ 35 mil que foram encontrados no fundo falso de um cofre deixado como sucata na Associação de Papel, Papelão e Materiais Recicláveis de Araçatuba (Acrepom), no interior de São Paulo.
“O dono ainda não foi localizado, mas apareceu uma pessoa dizendo que viu reportagens e que o cofre possivelmente é dela. Ela foi vítima de um roubo registrado em 2018”, afirmou ao G1 o delegado Abelardo Gomes, responsável pelo caso.
O cofre, que estava danificado e com a porta arrombada, foi descartado pela Polícia Civil e entregue para virar sucata depois de ficar por 2 anos na delegacia. No final de agosto, porém, o catador Manoel de Sá, de 63 anos, foi mexer no objeto para utilizá-lo como suporte de uma pia improvisada e encontrou o dinheiro.
“Fiquei apavorado e comecei a gritar. Nunca tinha visto tanto dinheiro em espécie na minha vida. Eu olhei e tinham pacotes e pacotes”, contou.
Ao todo, 26 funcionários trabalham no galpão. Cada um consegue tirar por mês cerca de R$ 1,2 mil. A renda total gira em torno de R$ 30 mil a R$ 35 mil. Ou seja, a quantia encontrada dentro do cofre é basicamente o lucro que a Associação consegue obter mensalmente reciclando materiais.
No entanto, os catadores não tiveram dúvida em devolver o dinheiro. Eles retiraram as notas do cofre, fizeram a contagem e ligaram para polícia, que começou a investigar o caso.
Chave pode dar desfecho ao caso
De acordo com o delegado, o morador que procurou a delegacia para reivindicar a quantia apresentou uma chave que seria do objeto.
“Nós encaminhamos a chave para a perícia para ver se realmente bate. Enfim, estamos aguardando para ver quais atitudes tomar”, explicou o delegado.
Como o cofre foi deixado para sucata?
Ao G1, o coordenador da Central de Polícia Judiciária de Araçatuba, Paulo César Cacciatore, explicou que o cofre foi encontrado no bairro Jussara, no ano de 2018, depois de uma denúncia anônima.
O objeto foi recolhido, levado para o 3º Distrito Policial e transferido para a Central de Polícia Judiciária em 2019, ano em que houve a unificação das delegacias de Araçatuba. Ele foi codificado e ficou guardado em um depósito.
Segundo o delegado, uma limpeza nesse e em outros objetos apreendidos em ocorrências foi realizada. O cofre, então, foi levado para virar sucata. A decisão foi tomada depois de a polícia analisar boletins de ocorrências e não encontrar o dono.
“Se recebo uma ocorrência de um cofre, eu vou tentar encontrar a ocorrência original que pertence a um furto ou roubo, mas, se eu não localizar, ele vai ficando. Eu já cuidei de casos que só faltou colocar o cofre na viatura e entregar na casa da pessoa, porque ela não vem buscar”, afirmou o delegado.