O homem de 34 anos, que esfaqueou e matou a ex-companheira Jaqueline Barboza de Oliveira, de 29, confessou a autoria do crime em depoimento e deu detalhes do que ocorreu na noite do último domingo (13).
A jovem foi morta na frente da residência onde morava, na avenida Domingos Vieira, no bairro Planalto. Ele, que se entregou à polícia, teve a prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça na tarde de segunda-feira (14).
O pedido foi feito pela delegada Maria Salete Cavestré Tondatto, responsável pelas investigações. Em depoimento, o acusado disse que ficou descontrolado naquela noite, após a jovem recusar marcar um encontro com ele.
O autor tinha esperanças de reatar o relacionamento, já que permaneceram juntos por oito anos, onde tiveram um menino e estavam separados há aproximadamente dois meses. Segundo o que foi apurado, neste período em que não estavam mais juntos, ambos se encontraram três vezes, ocorrendo relações sexuais.
Ele, que trabalhava como frentista, contou que, em julho, ocorreu a separação e a vítima, que era faxineira, foi morar com o menino e uma garota de nove anos, fruto de um relacionamento anterior, na casa onde ocorreu o crime. Mesmo assim, ambos ainda mantinham conversas.
Roupas
Na tarde de domingo, o acusado foi até a casa do pai de Jaqueline, onde ela estava com os filhos, para buscar o menino. Como era preciso pegar algumas roupas, a vítima pegou carona com um tio até a casa dela.
O frentista foi logo atrás em um VW Gol. Chegando ao imóvel, por volta das 21h, a vítima foi lavar o quintal que o cachorro havia sujado, quando o acusado novamente falou em reconciliação e pediu para marcar um dia para ficarem juntos.
Diante da recusa de Jaqueline, ele teve um surto e tentou colocar a ex-companheira dentro do automóvel. Ela resistiu e teria arranhado o braço dele. Com isso, o frentista pegou uma faca que estava no carro e passou a esfaquear a vítima.
Ferida principalmente na região do peito, ela caiu no chão, próximo à porta do veículo. Nisso, o acusado pegou o filho e fugiu do local. Ele ainda tentou colocar a enteada no Gol, mas a menina conseguiu correr.
Abastecimento
Ainda conforme o relato do autor, após sair do imóvel, ele foi até um posto, abasteceu o carro e fugiu sem rumo. Na vicinal Francisco Salla, próximo de uma olaria, ele jogou a faca usada no crime, que foi encontrada e apreendida pela polícia.
Na sequência, seguiu até Votuporanga (a 130 km) onde deixou o veículo na garagem de um conhecido. Na oportunidade, ele contou o que havia feito e pediu ajuda, ligando em seguida para uma irmã, que foi até o município buscá-lo, deixando-o em Birigui.
Por volta das 6h30 de segunda, após convencimento dos familiares, ele se apresentou na sede da Polícia Militar. De lá, foi levado até a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) em Penápolis, onde prestou depoimento.
Ele relatou que teve medo de vir direto devido a ameaças de morte que teria recebido, sem revelar a autoria de tais ameaças e que está arrependido, principalmente por ter atacado a ex-companheira na frente das crianças.
O menino e a garota foram entregues a familiares. Conforme o boletim de ocorrência, os PMs foram ao local após denúncia. Policiais civis também foram lá, tendo a vítima sido levada pelo Resgate do Corpo de Bombeiros ao pronto-socorro.
O casal estava separado há aproximadamente um mês e meio. Uma vizinha contou que ouviu gritos da vítima pedindo socorro, mas ficou com medo. Um investigador foi até o PS na tentativa de falar com Jaqueline, mas a médica plantonista informou que ela não tinha resistido e vindo a óbito.
A enteada do autor foi levada ao plantão policial. Acompanhada de dois conselheiros tutelares e do pai, a menina contou que a mãe tinha sido atacada pelo padrasto. Ela tinha arranhões no pescoço e, questionada, disse que tinha se autolesionado de nervoso.
Por: Ivan Ambrósio/Jornal Interior