A ‘chuva escura’, que ocorre quando nuvens de chuva encontram a fuligem das queimadas, não deve acontecer neste domingo (20) e nem nos próximos dias na capital paulista. Segundo a meteorologista Helena Balbino, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), não há mais condições para o fenômeno acontecer por causa de ventos que vêm do oceano e da região Sul do país e chegam à capital.
Com as queimadas no Pantanal, que vive seu pior ano de incêndios, a fumaça chegou até São Paulo e se misturou com a nebulosidade. Na sexta-feira (18) e no sábado (19), o céu chegou a ficar alaranjado. A fuligem não veio apenas do Centro-Oeste, mas também das queimadas que ocorrem no interior do estado, explicou Alexandre Galvão, meteorologista do Climatempo.
Além da chegada de ventos oceânicos, que trazem umidade, uma frente fria vinda do Sul do país também neutraliza as chances da ‘chuva escura’ na capital. Neste domingo, a frente fria está chegando ao sul do estado, e a previsão é que atinja a cidade de São Paulo nesta segunda-feira (21).
Neste domingo, a previsão é de céu nublado com chuviscos e chuvas fracas. A mínima é de 17º C e a máxima de 21º C. Nesta segunda-feira (21), com a chegada da frente fria, a previsão é de pancadas de chuvas mais fortes.
Chuva escura
Em 19 de agosto de 2019, o fenômeno da chuva negra ocorreu na cidade de São Paulo por conta de queimadas que ocorriam na Amazônia. Análises técnicas feitas por duas universidades mostraram que a água da chuva de cor escura coletada por moradores da capital continha partículas provenientes de queimadas. Nas redes sociais, moradores da Grande São Paulo postaram fotos da água da chuva escura.
O teste feito pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) identificou a presença de reteno, uma substância proveniente da queima de biomassa e considerada um marcador de queimadas, na água da chuva coletada na segunda-feira.
Já o exame realizado pela Universidade Municipal de São Caetano (USCS) mostrou que a concentração de material particulado, ou seja, de fuligem, foi sete vezes maior do que a registrada na água de uma chuva normal.
Enquanto os pesquisadores da USP analisaram a identificação de reteno, que é um marcador de queimadas, a análise da USCS verificou quantidade de fuligem 7 vezes mais que o normal e a presença de sulfetos 10 vezes superior à média. A substância é proveniente da queima de combustíveis fósseis e queimadas.