A Azul Linhas Aéreas informou que não tem responsabilidade legal no que diz respeito à alimentação e hospedagem do grupo de refugiados venezuelanos que passou fome e frio no aeroporto de Campinas, após a companhia cancelar o voo que sairia às 22h30 de terça-feira (11) com destino a Araçatuba. A empresa disse eles viajaram em modo stand-by, que é um bilhete sem reserva confirmada, geralmente destinado a funcionários.
O grupo, formado por sete pessoas, incluindo uma criança de cinco anos e um bebê de cinco meses, passou a noite nas cadeiras do aeroporto de Viracopos e se alimentaram apenas de pão com presunto e queijo que haviam trazido de Manaus, onde embarcaram para Campinas na tarde de terça-feira, para depois seguirem até Araçatuba.
Todos os demais passageiros foram levados a um hotel pela companhia e tiveram jantar, café da manhã, almoço e um voucher de R$ 37,00 para consumo no aeroporto. Aos venezuelanos, foi dito que não tinham direito ao pernoite e às refeições porque suas passagens haviam sido doadas.
Para alimentar o bebê, tiveram de pedir água quente a um restaurante para fazer a mamadeira. Para espantar o frio, retiraram as roupas que estavam nas malas. O caso chegou até o Regional Press por meio da empresária Amanda Barbosa, que estava no mesmo voo, e classificou o gesto da empresa como “desumano”.
A Azul Linhas Aéreas só se manifestou neste domingo (16) sobre o ocorrido. Confira a nota encaminhada pela empresa ao Regional Press:
“Em função de uma manutenção não programada na aeronave, o voo AD4386 (Campinas-Araçatuba) foi cancelado na última terça-feira (11). A companhia ressalta que prestou toda a assistência necessária, conforme prevê a resolução 400 da Anac, e reacomodou seus Clientes em um voo reforço programado para o dia seguinte. A Azul esclarece ainda que apoia o programa do Governo Federal para a interiorização de venezuelanos, transportando gratuitamente os imigrantes para cidades de todo o país. Sempre que possível, a companhia oferece suporte adicional a esses Clientes, no entanto, por viajarem em modo stand-by, a empresa não tem responsabilidade legal no que diz respeito à alimentação e hospedagem desses Clientes em caso de atrasos ou cancelamentos de voos. A Azul lamenta eventuais aborrecimentos ocorridos e reforça que ações de cancelamento como essas são necessárias para garantir a segurança de suas operações”.