Um comerciante de 28 anos levado à delegacia na manhã desta sexta-feira (31) por policiais civis do GOE/Deic (Grupo de Operações Especiais da Divisão Especializada em Investigações Criminais), após um cumprimento de mandado de busca e apreensão em sua residência. Ele havia sido detido na madrugada do dia 2 de junho após ser acusado de atirar, usando um revólver 357, contra jovens que seriam suspeitos de pichação contra a fachada de sua loja.
Na ocasião, o comerciante foi detido em flagrante por policiais militares na região central, quando passava com uma caminhonete, Hilux, branca, na contra mão pela rua Bandeirantes. Ele portava um revólver Taurus Magnum calibre 357, com três munições intactas e três deflagradas, e foi colocado em liberdade provisória, pela Justiça, na audiência de custódia.
Os policiais não realizaram vistoria na casa do acusado. Diante da situação e com base em investigações, os policiais civis conseguiram um mandado de busca domiciliar, que foi cumprido no início da manhã desta sexta-feira.
No local, dentro de um cofre no quarto do acusado, os policiais encontraram sete cartuchos íntegros de calibre 38, nove de calibre 28, dois deflagrados de calibre 28, um de calibre 32 também intacto e uma luneta para mira de arma de fogo. O comerciante responderá por guardar munições e acessórios para arma de fogo, cuja pena varia de um a três anos de reclusão.
Pichação
Quando foi flagrado na madrugada do dia 2, o comerciante afirmou que seu intuito, ao atirar, era intimidar pichadores organizadores de movimento antifascista que estavam fazendo ameaças nas redes sociais pelo fato de sua empresa ter, na fachada, a ilustração de uma bandeira histórica da época dos Estados confederados americanos. Na tarde anterior (1 de junho) ele havia registrado um boletim de ocorrência por ameaça.
Durante patrulhamento pela área central, por volta das 4h30, com o objetivo de inibir furtos a agências bancárias, uma equipe da Polícia Militar, composta pelo sargento Barros, cabo Fabris e soldado Tales, ouviu estampidos semelhantes a disparos de armas de fogo.
Quando passavam pela rua Bandeirantes os policiais viram uma caminhonete Hilux branca, transitando pela contramão, sendo que o condutor, ao ver a viatura, tentou desvencilhar-se, mas acabou sendo abordado. O comerciante portava um revólver Taurus Magnum calibre 357, com três munições intactas e três deflagradas.
Próximo ao local da abordagem os PMs viram que duas pessoas andavam a passos rápidos em sentido oposto. Os militares também fizeram a abordagem e constataram que eram as possíveis vítimas dos disparos.
O comerciante estava indignado, pois teve a fachada de sua loja pichada por vândalos onde o chamavam de racista, bem como sofreu ameaças em redes sociais por conta da fachada de sua loja apresentar uma bandeira histórica da época dos Estados confederados americanos. Por estar se sentindo ameaçado, ele disse que pegou a arma, que era de seu avô, falecido há cerca de 7 anos, e a usou para intimidar os possíveis pichadores de sua loja.
Os policiais conduziram os pichadores e o acusado dos disparos ao plantão policial, onde o mesmo foi ouvido e liberado. Quanto aos dois menores, foi feito contato com seus genitores, os quais compareceram ao plantão e acompanharam os respectivos filhos.