A Associação dos Lojistas do shopping Praça Nova, composta por um grupo de 85 empreendedores de pequeno, médio e grande porte, que empregam cerca de mil pessoas, encaminhou um documento ao prefeito Dilador Borges (PSDB), pedindo a sua intercessão junto ao governo do Estado de São Paulo para que o comércio volte a funcionar, ainda que em horário reduzido.
Araçatuba foi mantida na fase vermelha do Plano São Paulo devido ao avanço da pandemia de Covid-19 até o dia 24 de julho, quando o governo deverá atualizar a reclassificação do plano que prevê a retomada da economia. Nesta fase, só podem funcionar os serviços considerados essenciais, o que não inclui o comércio.
Apesar disso, o presidente da Associação dos Lojistas, Gustavo Fernandes Dinamarco, que assina o pedido, argumenta que o protocolo sanitário do shopping é rigoroso. “O ar-condicionado é moderno, o ar da praça de alimentação é trocado três vezes por hora e o de todo o empreendimento duas vezes por hora”, exemplificou ele, que se reuniu nesta semana com o vereador Lucas Zanatta (PV) para discutir o assunto.
Os lojistas argumentam que, além dos postos de trabalho diretos, o shopping gera uma cadeia de aproximadamente 2 mil empregos indiretos, desde os contratados pelo empreendimento para sua manutenção, segurança e limpeza, assim como toda malha logística para a entrega de produtos, fornecedores e serviços especializados que dependem do pleno funcionamento do shopping.
Eles afirmam que a maioria dos empresários já adotou as medidas quanto à folha de pagamento dos funcionários previstas na Medida Provisória 636/2020, que possibilita a suspensão ou a redução dos salários por três meses.
“A nossa única saída, caso as lojas não voltem a funcionar, é a demissão dos nossos colaboradores”, disse Dinamarco. Segundo ele, a estimativa é de que 30% a 50% do quadro de funcionários foram desligados ou serão, caso o empreendimento não volte a abrir na próxima quinzena de julho.
Conforme o presidente da Associação dos Lojistas, a loja de brinquedos Ri Happy e a Pizza Hut já fecharam as suas portas diante da suspensão de funcionamento do shopping. “E a nossa praça de alimentação está fechada há quase 120 dias”, destacou.
Para Dinamarco, parte do comércio está funcionando clandestinamente, à meia-porta, o que ele considera injusto com os demais comerciantes, por isso defende uma fiscalização mais rígida, e destacou que flagrou várias lojas na Marcílio Dias funcionando.
“Se todos seguissem as normas do que está previsto na fase vermelha, isso tudo passaria mais rápido. Se não tivesse loja aberta, não haveria gente na rua”, opinou.
Ele reitera, no entanto, o pedido de reabertura para evitar demissões e fechamento de empresas.
PREFEITURA
A prefeitura informou que recebeu a reivindicação dos lojistas e que está desde o início das medidas restritivas ouvindo os pedidos dos comerciantes, donos de restaurantes, lojistas de shoppings, donos de academias, entre outros.
“As medidas restritivas impostas pelo Governo do Estado são inflexíveis, com certeza o prefeito levará ao conhecimento do Comitê de Contingenciamento do Estado o pedido formulado pelos lojistas, mas não pode sinalizar que haverá a reabertura, pois as diretrizes do Plano São Paulo é feita pelo Governo Estadual”, informou o município, por meio de nota da assessoria de imprensa.
A Prefeitura destacou, ainda, que está fazendo ações preventivas, campanhas de conscientização e ações de fiscalização para conter o avanço dos casos positivos na cidade. “Porém, é extremamente necessário que a população contribua, somente assim, será possível a cidade progredir para a Fase 2”.