Dez agricultores e trabalhadores rurais da região de Araçatuba (SP) participaram em Piacatu da ação “Incêndio: Técnicas de Prevenção e Combate no Campo”, promovido pelo SIRAN (Sindicato Rural da Alta Noroeste) em parceria com o SENAR-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). É a primeira vez que as duas entidades realizam o curso na área de atuação do sindicato.
Em 16 horas de duração, divididas em dois dias, o instrutor Edson Antônio Guarido Ribeiro repassou informações teóricas e treinou os participantes, apenas com atos simulados. Todos agora estão capacitados a atuar tanto no atendimento de emergências como na prevenção e combate a incêndios e nos primeiros socorros, uma vez que os incêndios também oferecem riscos nefastos à saúde humana, podendo causar até mesmo a morte por conta das toxinas liberadas na fumaça decorrente do fogo.
O instrutor explica que o inverno é um período de frio e também de baixa umidade do ar, fator de alto risco para a incidência de incêndios. Além do ar seco, há também o fato de algumas pessoas colocarem fogo em terrenos para limpá-los, causando queimadas de grandes proporções, principalmente quando isso ocorre na área rural.
“Neste período o solo e os vegetais ficam mais secos, propiciando de forma mais facilitada o início de um foco de incêndio que pode ser provocado pela ação humana com fogueiras mal apagadas, descarte de cigarros em locais inapropriados, queima de entulho, descuido na queima para limpeza de terrenos, quedas de balões acesos e até mesmo o descarte de papéis de bala ou garrafas de vidro no meio ambiente que podem funcionar como uma lupa”, ensina Ribeiro.
Para evitar prejuízos
Faz tempo que a produtora rural Cleuza Alves do Nascimento, de Piacatu, participa das ações organizadas pelo SIRAN e pelo SENAR-SP.
“Todo conhecimento é bem-vindo para fazermos vida melhorar. Assim como outros cursos que eu já fiz, tenho certeza que este será muito útil”, diz Cleuza. A agricultora sabe que incêndios em vegetação podem provocar sérios danos ao ambiente, além de consequências econômicas consideráveis, como a destruição de hábitats, a queima de madeira e os custos para o seu combate.
“Se todos se unirem e fizerem a coisa certa, a gente diminui os riscos dos incêndios causarem destruição”, completa.
O coordenador das ações do SENAR-SP junto ao SIRAN, o zootecnista Carlos Belluzzo, destaca que os incêndios trazem prejuízos inestimáveis aos elos da agricultura com o meio ambiente, pois o fogo destrói a microbiota do solo além de liberar grande quantidade de gases poluentes.
“Uma das melhores formas de combatermos os incêndios é promover campanhas de conscientização entre produtores. Queremos fornecer dados aos agricultores e trabalhadores, para que se previnam e estejam preparados para qualquer intercorrência“, comenta Belluzzo.
Por causa da pandemia, seguindo orientações das autoridades de saúde, a ação conta com o número máximo de 10 participantes, devidamente paramentados, com máscaras, e com a disponibilização de álcool em gel. Antes da fase de isolamento e de distanciamento social, a quantidade era de até 16 pessoas.