Um desempregado de 18 anos procurou a polícia para denunciar um caso de tortura envolvendo traficantes de drogas em Guararapes, motivadas por prints tirados de seu celular durante uma ocorrência. O caso foi registrado nesta terça-feira (9) na delegacia de Guararapes.
O rapaz declarou que no dia 23 de abril foi surpreendido por Policiais Militares portando um simulacro de arma de fogo na cintura, e foi conduzido à delegacia para registro de boletim de ocorrência.
Segundo ele, na ocasião foram tiradas fotografias das conversas armazenadas em seu telefone celular, onde dialogava com dois rapazes sobre serviços prestados ao tráfico. Ele vendia drogas para um deles e entregava na casa do outro.
O rapaz disse na delegacia que uns 20 dias depois, estava saindo da casa do seu namorado quando foi abordado por um traficante e um policial que não trabalha em Guararapes, e ordenaram que ele entrasse no carro.
O rapaz foi levado até a casa do traficante, no bairro Mário Covas, e passou a ser questionado o que teria dito aos policiais no dia em que foi detido. Em seguida o suposto policial pegou o telefone celular e mostrou a foto do declarante e as fotos das conversas que os policiais tinham tirado do celular do desempregado.
Depois este suposto policial segurou a vítima e o traficante introduziu um cabo de vassoura em seu ânus. Ele também foi agredido a socos. Depois de ser libertado, com medo também por vergonha, não contou nada pra ninguém sobre o ocorrido. Os murros não deixaram marcas, porém o cabo de vassoura machucou o ânus, pois sentiu muita dor e quando ia evacuar percebia um sangramento.
No dia 29 de maio ele foi surpreendido portando 10
pinos com cocaína. Na ocasião resolveu contar para os policiais sobre a tortura que sofreu. Antes de ser levado para a delegacia ele foi levado na Companhia da Policia Militar dw Guararapes para formular a denúncia, que envolve um homem que seria policial militar em outra cidade.
Como vem recebendo ameaças também do traficante, o desempregado procurou a Polícia Civil para registrar o caso.
Auxilio emergencial
Segundo o desempregado, os 10 pinos que portava quando foi flagrado pelos policiais eram para consumo próprio e haviam sido adquiridos com o dinheiro recebido do auxílio emergencial, pelo namorado. A Polícia Civil vai investigar o caso.