Em plena pandemia de covid-19 e com o consumo de combustíveis em queda, os preços do etanol e da gasolina subiram 22,8% e 17,6%, respectivamente, em Araçatuba. O etanol, que era vendido a R$ 2,199 no final de março, hoje é comercializado por até R$ 2,699. Já o preço da gasolina passou de R$ 3,399 para R$ 3,999 em boa parte dos postos de combustíveis da cidade.
Os valores, no entanto, ainda não voltaram aos patamares de antes da pandemia do novo coronavírus e, segundo revendedores, a tendência é de alta, apesar de o consumo, atualmente, representar 50% do que era comercializado no período considerado normal, antes da pandemia.
No início de março, a gasolina chegou a ser vendida a R$ 4,499 e o etanol a R$ 3,199. Na época, havia uma pressão de preços altos por conta do mercado mundial de petróleo e dos estoques baixos nas usinas de cana-de-açúcar, que estavam iniciando a safra 2020/2021.
“Quando começou a pandemia e o governo passou a anunciar o fechamento de alguns setores da economia, os preços recuaram”, afirmou um revendedor que preferiu não se identificar. “O que adianta subir o preço e não vender?”, questionou, afirmando que o repasse ao consumidor foi necessário para cobrir os custos dos postos que possui.
Ele conta que pagava R$ 1,80 no custo do litro do etanol e hoje paga R$ 2,29. Em relação à gasolina, o custo por litro era de R$ 3,00 e passou para R$ 3,50, em média, segundo ele, que informa ainda que as distribuidoras já sinalizaram novo aumento, de R$ 0,15 no valor do derivado do petróleo vendido aos postos.
ETANOL
Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Avançada (Cepea) aponta que os preços do etanol apresentaram alta nas últimas sete semanas nas unidades produtoras, desde o dia 30 de abril, quando o aumento foi de 2,05% e atingiu o seu ápice em 29 de maio, com reajuste de 6,66%.
A explicação para isso é a opção das usinas por produzir mais açúcar do que etanol em função da boa competitividade da commodity brasileira no mercado externo por causa do dólar, hoje cotado a R$ 5,31. De outro lado, com a pandemia, o consumo de etanol despencou, tornando mais vantajosa a produção de açúcar para o setor.
CONSUMIDOR
Quem não gostou do aumento de preços foram os consumidores. Um deles chegou a relatar ao Regional Press que no posto em que foi abastecer os funcionários pediram que ele esperasse a mudança de preço na bomba, que ocorria nesta manhã (18).
“Achei um absurdo porque vários motoristas estavam no local para abastecer e eles fizeram a gente esperar a troca de preço”, afirmou, indignado.
Outro consumidor disse: “Na terça, R$ 2,19 o álcool, hoje R$ 2,69, e a gasolina na mesma proporção. O interessante é que todos os postos sobem ao mesmo tempo, e os preços praticamente iguais”, criticou.