O prefeito de Araçatuba, Dilador Borges (PSDB), tirou o sábado para falar com 32 prefeitos da região e organizar uma videoconferência que será realizada neste domingo (10) para tratar do tema “Flexibilização x Covid-19”. O evento será realizado um dia antes de Dilador participar da primeira reunião do comitê formado por prefeitos administradores de cidades-sede de região com o governador do Estado, João Doria (PSDB), para tratar do Plano São Paulo, que prevê a retomada gradual da economia.
Em um vídeo gravado e encaminhado à imprensa, o prefeito de Araçatuba disse que a videoconferência é um importante passo para o diálogo. “Vamos ouvir colegas da região, suas dificuldades, ideias e visões, para que possa, nesse comitê, formado por prefeitos que administram as regiões, discutir o que será melhor para o Estado, olhando para a vida e dando a preocupação devida para nossa economia, que é tão importante para o Estado, para os municípios e para a vida das pessoas”.
O posicionamento de Dilador e a decisão de realizar uma videoconferência se deram um dia após o prefeito de Birigui, Cristiano Salmeirão (PTB), mostrar sua indignação com a prorrogação da quarentena no Estado até o dia 31 de maio, e anunciar que pretendia organizar uma videoconferência com seus colegas prefeitos para pressionar Doria a rever a necessidade do isolamento social em função das dificuldades enfrentadas pela indústria, comércio e pela própria população.
SEDE DE REGIÃO
Já o prefeito Dilador Borges disse que Araçatuba, como sede de região, deve encabeçar um diálogo com o governador. “Estarei com o governador João Doria na segunda-feira, a convite do Governo do Estado de São Paulo. O motivo da reunião é o Plano São Paulo de flexibilização. Irei a São Paulo para ouvi-lo, mas também irei falar, pois nosso objetivo é cuidar da saúde da nossa população, dos empresários, comerciantes e profissionais que precisam voltar ao trabalho”, disse.
Segundo o prefeito de Araçatuba, ele apresentará as dificuldades dos municípios da região no enfrentamento à Covid-19 em relação à economia e ao comércio, em função da quarentena que teve início no dia 24 de março, foi prorrogada até 22 de abril e depois, foi novamente estendida até 11 de maio. Nessa sexta-feira (8), o governador decidiu prorrogar o isolamento social até o dia 31 de maio.
SAÚDE
Dilador citou, ainda, que na área da saúde, Araçatuba tem tomado diversas medidas para atender pacientes de Covid-19. O Pronto-Socorro Municipal instalou tenda para evitar aglomerações e o Hospital da Mulher passa por reformas. No local, haverá 11 quartos, 1 sala de estabilização com 2 leitos para emergência e um total de 33 leitos clínicos. Os quartos já receberam pintura, foi iniciada agora a pintura na recepção.
“Temos tomado todos os cuidados na área da Saúde, o Hospital da Mulher está quase pronto, acredito que na próxima semana já estará disponível” disse Dilador.
PLANO SÃO PAULO
O Plano São Paulo, que de início seria colocado em prática a partir de 11 de maio, foi adiado em função do crescente número de casos no mês de abril e início de maio. Somente no interior de São Paulo e litoral, o aumento chegou a 3,300%.
Na coletiva dessa sexta, quando anunciou a prorrogação da quarentena, o governo informou que o Plano só será implementado desde que haja uma redução sustentada do número de novos casos por 14 dias e a taxa de ocupação de leitos de UTI por pacientes com Covid-19 seja inferior a 60%.
“Primeiro ponto é que o conselho econômico trabalha na elaboração do Plano São Paulo que será colocado em vigor quando os indicadores de saúde determinarem o momento seguro”, afirmou a economista Ana Paula Abrão, que integra os profissionais que elaboraram o Plano, durante coletiva nessa sexta-feira.
SETORES
Conforme ela, a flexibilização será dividida por fases de acordo com os setores. Os prioritários serão os que geram mais emprego, informalidade e também os que sofreram mais impacto com a crise e apresentam maior vulnerabilidade econômica. “Será uma saída segura do ponto de vista de saúde, e gradual e organizada do ponto de vista econômico”, disse.
De acordo com o governo do Estado, os setores mais impactados com a crise gerada pelo novo coronavírus foram o serviço doméstico; organizações associativas e outros serviços pessoais (academia e beleza); atividades artísticas, criativas, eventos e espetáculos (economia criativa); comércio; construção civil e infraestrutura; outras atividades administrativas, turismo e serviços
complementares; alojamento e hotelaria; edição e edição integrada a impressão; aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos de propriedade intelectual; alimentação, bares e restaurantes; atividades imobiliárias; transporte terrestre; transporte aéreo; educação pública e economia criativa-produção audiovisual.