(Folha da Região) Está marcada para o dia 14 de abril, durante sessão ordinária, a leitura em plenário na Câmara Municipal do pedido de renúncia ao cargo de prefeito apresentado pelo médico Roni Cláudio Bernardi Ferrareze (sem partido) na última terça-feira (31). Não será necessária formalidade para posse do vice-prefeito, Lúcio de Lima (PMDB), que já está no comando do executivo há dois anos.
O presidente da Câmara dos Vereadores de Valparaíso, Carlos Alexandre Pereira, o Xandy do Real (Cidadania), explicou que o pedido de renúncia não precisa de aval do legislativo municipal, sendo somente realizada a leitura em plenário. Como não haverá sessão no dia 7, devido à Semana Santa, a leitura ficou para o dia 14.
Ele também explicou que não haverá solenidade de posse porque o vice-prefeito já ocupava o cargo de prefeito, há dois anos, desde quando o Ferrareze foi cassado pela Câmara, em fevereiro de 2018. Xandy explicou que o cenário politico já apontava para uma possível renúncia de Ferrareze, que mesmo ganhando judicialmente, em recurso no Tribunal de Justiça, o direito de retornar ao cargo, no final de 2019, apresentou três pedidos de afastamento aprovados pela Câmara.
O prefeito que agora assumirá o cargo em definitivo, Lúcio de Lima, disse que já estava preparado para assumir definitivamente a prefeitura e já tinha conversas nos bastidores políticos que Ferrareze não tinha mais pretensões de reassumir o cargo.
Em entrevista na quarta-feira Ferrareze disse que diante da circunstância da pandemia do Coronavírus (Covid-19), sua atuação será muito mais útil como médico do que como prefeito, e também não teria condições de reassumir a prefeitura devido a demanda que está tendo profissionalmente como médico. Atualmente está atuando no município de Penápolis, onde reside.
Ferrareze foi cassado pela Câmara de Valparaíso em fevereiro de 2018. Em dezembro de 2019 o Tribunal de Justiça de São Paulo anulou, por três votos a zero, a sessão que aprovou a sua cassação.
Ao retornar ao cargo, porém, pediu afastamento. Em janeiro deste ano, quando deveria reassumir, protocolou novo pedido de afastamento e, no início de março, mais uma vez, foi afastado com a aprovação da Câmara.
O motivo da cassação em 2018 se deu após denúncia do ex-secretário de Indústria e Comércio, e também de Administração, Edson Jardim Rosa, o Edinho, de que havia sido convidado a fazer parte de um “esquema” para supostamente fraudar licitações.
O advogado que defendeu Ferrareze fez uma sustentação oral no Tribunal de Justiça, e conseguiu o retorno do prefeito ao cargo, por unanimidade. O então prefeito havia sido cassado pelo Legislativo por oito votos favoráveis e apenas três contrários.