O homem que foi amarrado e assassinado a tiros dentro de uma caminhonete na zona rural entre Birigui e Coroados, na noite desta segunda-feira (28) era o cobrador Marcos Antônio Jorge da Silva, de 46 anos, conhecido como Mad Max. Ele estava armado e havia sido contratado por um engenheiro ambiental de 34 anos para tentar recuperar uma novilha que havia sido furtada de sua propriedade, quando ambos caíram em uma emboscada ao chegar em uma propriedade onde supostamente estaria o bovino. Seis pessoas foram presas em flagrante e um menor apreendido, acusados de participação da execução do cobrador.
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O comandante da 4ª Companhia da Polícia Militar, em Birigui, capitão Carlos Henrique Rovina, disse que a equipe conseguiu chegar até os criminosos, quando a ação ainda estava em andamento, devido à uma denúncia de uma testemunha que viu a caminhonete seguindo para uma estrada de terra, com uma pessoa amarrada, sobre a caçamba, sendo escoltado por outros dois carros, um Gol e um Vectra.
Quando os policiais chegaram até os acusados, parte do bando havia comprado gasolina para queimar a caminhonete com o cobrador, que estava morto dentro da cabine, e com as mãos amarradas.
DENÚNCIA
De acordo com a polícia, uma equipe da PM fazia patrulhamento quando foi informada que pelo local dos fatos foram ouvidos disparos de arma de fogo. Ainda durante o deslocamento receberam informação de outra equipe de que o engenheiro florestal estava ferido e relatou que estava na companhia de do cobrador. Ambos haviam marcado um encontro com um homem identificado por “Tchalau”, no sítio Miranca, onde poderia estar uma novilha furtada da propriedade do engenheiro.
Chegando no local, o engenheiro e o cobrador foram recebidos por sete pessoas, sendo duas mulheres, de 29 e 36 anos, moradoras no local, além de um adolescente de 13 anos e quatro homens, um auxiliar de mecânico de 35 anos, morador em Ferraz de Vasconcelos, um borracheiro de 53 anos, de Birigui, um retireiro de 34 anos, que mora no sítio e um lavrador de 25 anos, morador em Brejo Alegre.
EMBOSCADA
O engenheiro, ao ser encontrado pelos policiais militares, relatou que ao chegar no sítio essas pessoas passaram a dizer que eles deveriam morrer e deram início a agressões e coronhadas. A dupla foi amarrada e o engenheiro foi colocado na “caçamba” da sua própria camionete, uma S10 e o cobrador, no banco de passageiro com os braços amarrados para trás.
O engenheiro disse que foi amarrado pelo adolescente e quem passou a dirigir a camionete foi o auxiliar de mecânico, que também estava armado. Eles saíram deste sítio e seguiram sentido Córrego Baixote. A camionete foi acompanhada por um Gol com quatro pessoas.
PULOU
No trajeto o engenheiro conseguiu se soltar e abriu a tampa da caçamba pulando no mato e fugindo para o meio de um canavial. Imediatamente a camionete parou e ele ouviu disparos, sendo que acredita que um dos ferimentos em sua cabeça seja de um tiro que pegou de “raspão”.
Ele ainda ouviu que algumas pessoas tentaram lhe perseguir e então se escondeu entre o canavial e parou de correr. Posteriormente ouviu mais três disparos e acredita que se tratava da execução do cobrador. O engenheiro permaneceu ali por um tempo e quando a polícia militar chegou, imaginou que poderiam ser os investigados e empreendeu fuga novamente, chegando na propriedade de uma pessoa que não quis se identificar, e conseguiu contato com a Polícia Militar.
Policiais estavam nas imediações momento em que um veículo Vectra, com quatro pessoas, ia passando e visualizou as motocicletas da Rocam, sendo que imediatamente o carro freou e tentou dar ré, momento em que conseguiram abordar o veículo, onde estavam os quatro homens . No interior do veículo havia uma corrente de ouro no chão que posteriormente o engenheiro reconheceu como sua.
INCÊNDIO
Entre os dois passageiros traseiros havia um galão de cinco litros com gasolina. Com apoio de outras viaturas, questionando os abordados, a princípio, todos negaram envolvimento com os fatos, mas depois o lavrador acabou confessando que haviam acabado de buscar gasolina para queimar uma camionete.
Ele levou os policiais militares até o local onde estava a camionete, ou seja, em um carreador há cerca de trezentos metros da abordagem. No interior da camionete foi encontrado o corpo do cobrador, com as mãos amarradas para trás, com um tiro na nuca, um no peito e outro no ombro.
A vítima tinha uma bereta calibre 635 na cintura na parte de trás com numeração intacta e nove munições. Todos negaram envolvimento com o crime, a única coisa que o retireiro disse é que estava em Birigui e recebeu ligação do auxiliar de mecânico pedindo gasolina para queimar uma camionete, mas não explicou mais nada.
Todos negaram onde poderiam estar as armas. Uma das viaturas foi até o Sítio Meranca onde estavam o adolescente, as duas mulheres e o retireiro. As mulheres são esposa e irmã do retireiro e todos moram no local.
Eles também negaram qualquer envolvimento com os fatos. Uma das equipes preservou os locais da abordagem e do encontro da camionete com o corpo até a chegada da Autoridade Policial e da perícia.
O auxiliar de mecânico estava procurado por roubo (de caminhonete), e tinha passagens por outros crimes. Foram apresentadas as fotografias das sete pessoas ao engenheiro e ele reconheceu, sem sombra de dúvidas, que todos eles estavam no sítio, alguns com arma de fogo e outros com armas brancas, sendo que parte deles o agrediu e o amarrou, assim como fizeram com o cobrador. Segundo o engenheiro, todos comentavam em mata-lo.
Durante diligências no Sitio, em um cercado onde ficam os porcos, numa cobertura, os policiais encontraram R$ 5.450,00 possivelmente cédulas falsas. No local estava o Gol de cor branca onde no interior estava uma cápsula calibre 357 deflagrada.
Os quatro homens e a as duas mulheres foram presos em flagrante e o menor apreendido, e todos ficaram detidos à disposição da Justiça.