O promotor de Justiça Rodrigo Mazzili Marcondes, 49 anos, recebeu alta médica na manhã desta quinta-feira (9), após ser curado da covid-19, transmitida pelo novo coronavírus. Ele deverá permanecer em isolamento domiciliar por 14 dias. Na saída do hospital, o paciente foi bastante aplaudido pelos funcionários do hospital e agradeceu por ter vencido a doença com a ajuda dos profissionais.
“Eu cheguei nesse hospital aqui e achei que fosse morrer. Nunca imaginava que fosse acontecer o que aconteceu comigo. Se não fossem os médicos, os enfermeiros, os técnicos, eu teria morrido. A única palavra que pode expressar é o meu muito obrigado e que me deram uma segunda data de nascimento. Se Deus devolver em um décimo do que vocês fizeram por mim, vocês vão ser felizes pro resto da vida. Muito obrigado”, disse o promotor ao deixar o hospital.
A esposa, a professora universitária Alessandra Marcondes Aranega, também fez um agradecimento aos profissionais. “E eu, como esposa, queria muito agradecê-los. Assim como vocês me trouxeram ele de volta, eu quero que vocês retornem à casa de vocês também, com saúde, que vocês vejam os filhos de vocês, as famílias de vocês. Logo, logo a gente vai passar por isso tudo, tá. Continuem firmes, Vocês são nosso orgulho. Muito obrigada”.
O promotor foi internado no dia 20 de março e foi direto para a UTI, pois exames constataram lesões nos dois pulmões. Como o estado dele se agravou, precisou ser entubado, ficando sob ventilação mecânica. O hospital coletou amostras do paciente e encaminhou ao Instituto Adolfo Lutz, que enviou o resultado positivo para covid-19, transmitida pelo novo coronavírus.
IMPORTÂNCIA DO ISOLAMENTO
No último fim de semana, Marcondes foi extubado e saiu da UTI na terça-feira (7). Em seu Facebook, ele relatou que estes foram os piores dias de sua vida. “Foram e vem sendo os dias mais difíceis da minha vida, que quase se esvaiu por conta da intensidade da doença em mim. Meu muito obrigado a todos que se lembraram e rezaram por mim. É um compromisso de mudar alguns conceitos de vida”, escreveu.
Em entrevista ao programa Fala Tudo, da Band FM, apresentado pela jornalista Alessandra Nogueira, nesta quarta-feira (8), o promotor falou da importância do isolamento social. “Todas as medidas recomendadas nós fizemos em casa, mesmo assim nós pegamos. Nós respeitamos as medidas de isolamento, passando álcool em gel de maneira bastante exagerada, e mesmo assim pegamos. Se não fosse a intervenção médica técnica correta, talvez eu não estaria conversando com você agora aqui”, disse. “Isso é uma realidade, a população tem que se resguardar, evitar aglomeração, sobretudo em respeito aos profissionais de saúde que estão se expondo, colocando em risco a própria vida em prol da sociedade”, completou.
Ao ser extubado, no fim de semana, o promotor disse ter passado pelo momento mais difícil. “Voltei bastante debilitado e com um processo de recuperação a ser feito. A cabeça funcionava e o corpo não”, contou.
CLOROQUINA
Conforme Alessandra, que é cirurgiã-dentista e professora universitária da Faculdade de Odontologia da Unesp de Araçatuba, seu esposo foi tratado com cloroquina, tamiflu, azitromicina, nimesulida, diuréticos, noradrenalina, analgésicos, ansiolíticos, dentre outros medicamentos.
Ela explica que há um ciclo do vírus que precisa ser vencido. “Nenhuma medicação mata o vírus. Não tem uma inativação do vírus, tem uma briga, então se dá suporte para o organismo brigar com aquele vírus. A equipe médica fez uma ginástica enorme, foram controlando todos os órgãos do meu marido. Monitorava todos os sinais, porque a qualquer sinal, entrava com outro medicamento para que não houvesse falência dos órgãos e desse um suporte para que o organismo pudesse vencer o vírus”, contou.
EM CASA
Nesta quinta-feira (9), ao chegar em casa com a esposa Alessandra, o promotor foi recebido pelas duas filhas, realizando o seu primeiro desejo que declarou ter quando saísse do hospital: abraçar as filhas. O outro desejo dele é voltar a trabalhar.