(Folha da Região) Após estar no comando do CPI-10 (Comando de Policiamento do Interior) desde o início do segundo semestre de 2018, o coronel de Polícia Militar Paulo Augusto Leite Motooka deixou Araçatuba para ser o novo comandante do Policiamento Ambiental do Estado de São Paulo.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Folha da Região , ele fez um balanço do trabalho realizado na região, conta como surgiu este novo desafio em sua carreira e reflete sobre o papel da polícia na sociedade.
Durante a conversa, ele ressaltou que o cidadão precisa pensar melhor em suas atitudes para a preservação do meio ambiente, adiantando que um dos braços fortes de seu novo trabalho será a educação ambiental.
Como foi receber este novo desafio em sua carreira?
Somos formados e preparados para desafios na carreira militar. Um comandante deve sempre estar pronto e em condições de responder aos chamados do Alto Comando da corporação. No caso, entendi como sendo uma missão a ser cumprida nessa área tão específica e sensível no cenário nacional e mundial. Fiquei feliz pela confiança em mim depositada, a qual espero responder acima das expectativas.
O que esperar deste novo momento em sua trajetória?
A busca de novos conhecimentos profissionais que possam contribuir com o aperfeiçoamento dos processos de gestão para o policiamento ambiental, numa dimensão estratégica e operacional, que leve mais efetividade à proteção do Meio Ambiente.
Como o senhor tem se preparado para o novo cargo?
O momento é de observação, levantamento de informações, análise de cenários, e sobretudo, ouvindo os policiais militares ambientais que possuem o domínio da informação e conhecimento sobre a efetividade do policiamento. Noutro sentido, conversando e alinhando estratégias com os demais órgãos do Estado, em especial a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente.
Qual o principal desafio?
Unir esforços do policiamento Ambiental com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, para aprimorar as ações de proteção das Unidades de Conservação, preservação da flora e fauna, promoção da restauração ecológica, monitoramento e fiscalização ambiental, educação ambiental e etc.
No mesmo sentido conhecer as dificuldades, carências e condições de trabalho do policial militar que atua na ponta da linha, prestando-lhe o devido suporte, apoio e cuidados para com sua saúde física e mental, pois somente com um profissional em condições saudáveis será possível levar adiante qualquer meta e alcançar objetivos.
Como o senhor avalia hoje a questão ambiental no Estado?
Não possuo no momento, informações e dados para uma avaliação dessa área. Percebi nos poucos dias de atuação que os policiais militares e servidores da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente muito dedicado e envolvidos nessa questão. Também observei que há todo um planejamento e estratégias para o monitoramento, fiscalização e preservação do Meio Ambiente em nosso estado.
O senhor tem planos de trabalhar mais com a educação ambiental? De que forma?
Primeiramente, pretendo conhecer os programas educativos existentes para então verificar se há algo mais a ser implementado ou aprimorado. O certo é que a educação é o caminho primordial para a formação de consciência e cultura da sociedade, sobretudo das gerações futuras, que hoje são nossas crianças e adolescentes.
O que o cidadão comum pode ajudar a preservação do meio ambiente?
O ser humano é o maior poluidor e degradador da natureza. Muitas vezes o fazem porque não compreendem o potencial de destruição de seus atos, seja no descarte de uma bateria de aparelhos eletrônicos, de embalagens plásticas, de produtos químicos de limpeza, quando lançam produtos químicos nos afluentes, promovem queimadas, desmatamentos, caça e pesca proibida, soltam balões e etc.
O importante é as pessoas tenham a consciência de que preservando e cuidando da natureza estarão cuidando da própria vida, que os produtores e empresários acreditem que é possível sim harmonizar o desenvolvimento socioeconômico com a conservação da natureza, ou seja, de um meio ambiente sustentável.
Como o senhor avalia seu trabalho à frente do CPI-10?
Desde o início a proposta central foi de manter a equipe unida, acreditando nos propósitos de vida, profissional e institucional. O primeiro passo foi olhar para as condições de trabalho do policial militar, a saúde física e mental desses profissionais, os quais cumprem suas missões na profissão que é considerada a mais estressante mundialmente.
Priorizei o policiamento comunitário de modo que o policial militar de fato tivesse reconhecido seu trabalho pelo cidadão, que pudesse estar ainda mais acessível e presente, de modo a produzir sensação de segurança e efetivar a segurança das pessoas. Houve uma preocupação na eficiência do atendimento do 190, da resposta rápida às solicitações de ocorrência. Preparamos as estruturas para a instalação do Baep (Batalhão de Ações Especiais da Polícia) e grupamento Montado, além de outras medidas de natureza interna dos processos e planejamento operacional.
Então, tem sentimento de dever cumprido?
Creio que consegui dar continuidade ao trabalho edificado pelos comandantes que me antecederam e aprimorar outros mais. Também fortalecemos os trabalhos com o Poder Judiciário, Ministério Público, Polícia Federal, Civil, Guarda Municipal e Prefeituras dos 43 municípios que estão na circunscrição do CPI-10. Em relação a imprensa penso que houve uma parceria de sucesso na troca de informações e divulgação de notícias a sociedade.
Qual deve ser, para o senhor, o papel da polícia na sociedade atual?
Costumo dizer que o policial militar precisa ‘pensar como cidadão e agir como policial’. Somos a Força Pública da sociedade. O papel social do policial militar é, além de personificar a autoridade do Estado diuturnamente, promover a pacificação social, proteger a vida e dignidade das pessoas, primar pelos direitos humanos e aplicar a lei.