Quando estava cursando uma das etapas do curso e Engenharia da Computação, o araçatubense João Miguel Marinho Fornazieri comprou três equipamentos para impressão em 3 D.
De início, ter esses equipamentos em casa foi um avanço e tanto para que ele pudesse fazer os trabalhos das várias matérias do curso. Porém após a formatura, as impressoras de 3 perderam um pouco a função.
A pandemia do coronavírus no entanto resgataram a utilidade dos equipamentos, ao mesmo tempo que lhes deu uma função muito nobre.
Envolvido pelo movimento criado nas redes sociais que conclamam especialistas em informática e que tenham impressora 3D à produzirem de protos faces para doação a hospitais que atendem pacientes infectados pela covid-19, o agora professor de informática do Senac Araçatuba, decidiu integrar essa corrente do bem.
Protoface é uma viseira acrílica utilizada como equipamento de proteção individual que profissionais da saúde utilizam em atendimentos, procedimentos e assistência diária em pacientes com doenças infectocontagiosas. No mercado especializado, o preço de cada unidade varia de R$ 50,00 à R$ 200,00.
Com recursos próprios, o professor adquiriu os materiais necessários e passou a produzir protofaces, que no mercado especializado são denominados Face Shield, para doar para a Santa Casa de Araçatuba. “Escolhi a Santa Casa de Araçatuba pela parceria que o Senac Araçatuba mantém com essa instituição”, explica o professor.
Nesta segunda-feira, o professor entregou um lote com 20 unidades que foram impressas em três dias. Uma impressora 3D precisa de exatas 4h20 para imprimir uma unidade.
“Sinto gratificado em poder oferecer essa ajuda ao hospital nesse momento crítico para saúde” . Indagado se ao comprar as impressoras imaginou que a agilidade delas, um dia elas poderiam ser ajudar salvar vidas duplamente, ao proteger o profissional de saúde e garantir que um paciente infectado possa ser manipulado como necessita, Fornazieri declarou: “Nem passou pela minha cabeça, nunca passou”.
Animado com as funções que os equipamentos entregues terão nas rotinas de médicos, enfermeiros, técnico de enfermagem, e fisioterapeutas, o professor continua em seu laboratório em casa. “Estou produzindo mais 30 protofaces que deverão ficar prontos antes do final desta semana.”
As máscaras doadas já forma incluídas em kits de prevenção do Pronto Socorro, Isolamento e UTI Geral, unidades que estão atuando diretamente com pacientes com quadro suspeito de coronavírus.
O equipamento é utilizado em vários procedimentos, como por exemplo, coleta de material para análise, intubação e aspiração das vias respiratórias. A viseira cobre toda a face do profissional protegendo-os contra gotículas de fluidos corporais que possam respingar durante os procedimentos.
A protoface é utilizada sobre as máscaras de proteção obrigatórias ( cirúrgicas ou a N-95).O equipamento pode ser utilizado várias vezes e por profissionais diferentes, necessitando que seja higienizado com álcool 70 antes e depois do uso.