O número de internados com coronavírus em estado grave em São Paulo teve alta de 42% em um dia – foi de 59 para 84 entre quarta-feira e ontem. No total, o Estado tem 1.223 casos confirmados.
O governo paulista afirmou que manterá a quarentena e cogita ampliar restrições – o secretário da Saúde, José Henrique Germann, citou até o fechamento total do Estado (lockdown) como medida futura, caso hospitais entrem em colapso.
O Ministério da Saúde disse reprovar endurecimento das regras e o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a pasta já concordou com orientações mais brandas sobre isolamento.
A avaliação de técnicos do Estado é de que fechar o comércio retardou o avanço da doença, na comparação com o resto do País. “Éramos praticamente 90% dos casos do Brasil e agora somos 30%. O que significa que há expansão da epidemia, e de forma acelerada”, disse Germann.
No Brasil, são 92 mortes e 3.417 casos diagnosticados, em todos os Estados e Distrito Federal. São Paulo concentra a maioria dos óbitos, mas há registros em Rio, Ceará, Pernambuco, Santa Catarina, Goiás, Rio Grande do Sul e Amazonas.
A gestão Doria cogita aumentar ainda mais as restrições conforme a evolução da epidemia. “Existe uma gradação. O que estamos fazendo não é um isolamento. É distanciamento social. O próximo passo, se houver necessidade, é isolamento domiciliar ou social. E, se houver necessidade ainda de apertar mais esse cinto, aí seria o lockdown. E a característica, aí, é o uso da força policial para manter as pessoas em casa”, afirmou Germann. “Não estamos nesta situação ainda, mas não sei se estaremos ou não.”
Doria disse anteontem cogitar multas a idosos que saiam de casa sem necessidade, como foi anunciado em Porto Alegre.