Aos 80 anos de idade, montado na égua Maisena, e acompanhado por uma equipe composta por fisioterapeuta, estudante de fisioterapia e guia animal, Mituke Muramatsu era só alegria. Foi a primeira sessão dele e de mais dois usuários do Lar da Velhice de Araçatuba (SP) no projeto de equoterapia fruto de uma parceria entre a entidade, o HSC Centro de Equoterapia, o UniSalesiano e o SIRAN (Sindicato Rural da Alta Noroeste).
Durante quatro meses, Muramatsu e os colegas serão atendidos gratuitamente uma vez por semana, por 30 minutos a cada sessão, no Complexo Equestre do recinto de exposições Clibas de Almeida Prado (o maior e mais completo da América Latina).
O projeto foi desenvolvido em conjunto pelo HSC e UniSalesiano, e é executado por alunos do último ano do curso de fisioterapia do centro universitário, com coordenação dos profissionais docentes Carolina Rubio Vicentini Verdi e Cintia Sabino Lavorato Mendonça; fisioterapeutas Selmo Mendes e Gabriela Miguel Moura; a coordenadora do curso de fisioterapia, Carla Komatsu Machado, e a coordenadora da Clínica de Fisioterapia, Graziela Gelmi.
Segundo Carolina, que também é diretora do centro de equoterapia, o principal objetivo é utilizar o método para melhorar a qualidade de vida de idosos. “Nós vamos utilizar da equoterapia para trabalhar as habilidades cognitivas e psicomotoras dessas pessoas”, explica ela.
“Estudos relatam que idosos que realizam atividades equoterápicas com o objetivo de reabilitação ou prevenção, apontam melhorias no equilíbrio corpóreo e controle postural, seja estático ou dinâmico, com consequente diminuição do risco de quedas e agravantes de doenças, e pode, portanto, ser apontada como uma ferramenta de grande valia para o aprimoramento da qualidade de vida dessas pessoas”, ressalta Carolina.
Estudos comprovam que o convívio com o cavalo ainda pode proporcionar novas formas de socialização, também muito importante para terceira idade. O coordenador do Lar da Velhice de Araçatuba, que atende a 30 idosos na cidade, Luiz Roberto Sanches, celebra a ação. “É muito importante para todos nós essas ações sociais. Os idosos são muito beneficiados, e a melhora no humor, na qualidade de vida deles, é visível. Somos muito gratos a parcerias como essas”, destaca.
Para o presidente do Siran, Fábio Brancato, promover parcerias que visam o engajamento social é um dos valores e missões do sindicato. “Nós acreditamos que sem união e solidariedade a cidade, o Estado e o país não vão para frente, por isso, o Siran apoia com muito prazer iniciativas como esta, que vai proporcionar maior qualidade de vida aos idosos”, comenta.
EQUOTERAPIA
Atividade trabalha o corpo de forma global, sendo que o cavalo atua no processo de cinesioterapia, um ramo da fisioterapia que se dedica à terapia com movimentos, considerado valioso nessa pesquisa, pois em cima do seu dorso ele oferece várias oportunidades ao praticante idoso.
“A equoterapia é uma atividade multissensorial e reúne benefícios não somente físicos como também psicológicos sendo muito importantes aos idosos”, explica Carolina.
A Ande (Associação Nacional de Equoterapia) afirma que a característica mais importante para a equoterapia é que o passo produz no cavalo e transmite ao cavaleiro uma série de movimentos sequenciados e simultâneos, os quais tem como resultado o movimento tridimensional.
“Esse movimento rítmico e balançante do cavalo irá estimular o sistema vestibular, a melhora da consciência espaço temporal, a concentração, e também o equilíbrio e a consolidação da segurança gravitacional, deixando o idoso menos vulnerável as quedas e as incapacidades funcionais”, comenta a fisioterapeuta.