Um reeducando que cumpre pena na Penitenciária de Franca encontrou nos livros a oportunidade de mudar de vida. Oldnei Mariano de Oliveira dos Santos, de 36 anos, cursa o 3º ano do Ensino Médio na prisão e fez 860 pontos na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2019).
Agora, ele sonha em cursar Direito. “Almejo atuar na área como advogado criminal ou trabalhista. Esse feito me fez enxergar novos horizontes e, desde já, escrever uma nova história”, diz.
O reeducando prestou o Enem para testar seus conhecimentos e também com foco na universidade. A leitura e escrita são hábitos adquiridos ainda na infância. “Meu pai sempre me ensinou a me comunicar com as pessoas, se expressando de uma forma muita didática. Já minha mãe incutiu em mim o amor pela leitura, desde contos ou fábulas, até histórias que corroboram em minha formação espiritual”, conta.
Na redação, cujo tema foi “O Combate ao Uso Indiscriminado das Tecnologias Digitais de Informação por Crianças”, dos Santos fez uma reflexão sobre a responsabilidade dos pais no monitoramento do que os filhos acessam na Internet.
Além de Oldnei, outros 12 reeducandos também se destacaram na prova: tiraram entre 700 e 800 na redação. Um preso que cumpre pena no Centro de Ressocialização (CR) “Dr. Mauro de Macedo” de Avaré fez 700 pontos na redação do Enem. Kalby Garcia de Oliveira, de 35 anos, também sonha em cursar Direito. “Descobri que a educação liberta”, afirma.
Rafael Bersan Ferreira, de 35 anos, cursa o 1º ano do Ensino Médio na Penitenciária de Bernardino de Campos e prestou o exame nacional para testar seus conhecimentos. A exemplo de Oliveira, também fez 700 pontos na redação.
Já na Penitenciária II de Serra Azul, Valdemiro Lopes de Souza Junior, de 37 anos, tirou 740 na redação. “Tenho facilidade com a escrita e também aprecio muito a leitura”, destaca.